
Em meio a negociações e protestos, e com medo de não ter os votos suficientes para aprovar a Reforma Administrativa (PEC 32/2020), deputados governistas adiaram novamente a votação da proposta em uma Comissão Especial da Câmara.
Foi o terceiro adiamento feito por esta comissão, que, assim como das outras vezes que tentou debater a matéria, foi novamente alvo de grandes protestos organizados em Brasília por servidores e servidoras, entidades sindicais e movimentos populares.
Desde o começo da manhã, centenas de manifestantes já estavam de prontidão no Aeroporto de Brasília recepcionando os deputados que chegaram de avião para a reunião.
Um pouco mais tarde, o número chegou aos milhares em frente ao Anexo II da Câmara, o que ajudou a intimidar os deputados e mostrar a pressão popular que existe contra o projeto do governo.
Arthur Lira tenta salvar a Reforma Administrativa
O relator do projeto na comissão, deputado Arthur Maia (DEM-BA), havia apresentado um texto substitutivo à proposta do governo, mas não havia consenso de que esse novo texto obteria os votos necessários para sua aprovação. Por isso as últimas votações foram adiadas.
Maia havia se comprometido a enviar uma nova versão antes da sessão que estava agendada para 21 de setembro pela manhã, mas não o fez, optando por seguir negociando nos bastidores, com o apoio de Arthur Lira, presidente da Câmara e aliado de Bolsonaro.
Uma nova reunião da Comissão para debater o tema foi marcada dessa vez para quarta-feira, 22 de setembro, às 15h30. Notícias veiculadas na imprensa especulam que Arthur Lira ainda tenta colocar a votação em plenário até o dia 23, quinta-feira.
Pressão continuará
Além das manifestações já realizadas em Brasília, e de movimentos massivos anteriores, que incluíram um dia nacional de paralisações dos servidores e servidoras, as mobilizações de pressão e cobrança aos deputados tem sido fortes nos meios digitais.
Essa pressão, que conjuga protestos de rua e mobilização nas redes sociais, precisa manter força máxima até que a PEC 32/2020 seja definitivamente derrotada, sendo afastada essa ameaça de destruição do serviço público no Brasil.
Fonte:APUFPR