
Que um governo comandado por de Jair Bolsonaro seria um completo desastre para o Brasil, já era esperado, dado seu histórico na vida pública (nenhum projeto relevante aprovado em quase 30 anos de parlamento). Só que muitas pessoas não acreditaram que ele deixaria o serviço público completamente abandonado.
Aí coube à realidade dar um banho de água fria.
Mesmo com altas constantes na inflação e no custo de vida, o presidente Jair Bolsonaro terminará seus quatro anos de mandato sem aplicar reajuste ao funcionalismo público.
É a primeira vez em vinte anos, desde o final do segundo governo de Fernando Henrique Cardoso, que um presidente termina sua gestão sem conceder nenhum aumento aos responsáveis pela execução das políticas públicas brasileiras.
Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação entre junho de 2021 e maio de 2022 foi de 11,73%, maior índice desde 2003.
Em 2019, o IPCA havia fechado o ano em 4,31% e, no ano seguinte (2020), em 4,52%.
Inflação alta significa aumento do custo de vida e perda do poder aquisitivo (compra), ou seja, abandonar os servidores públicos à própria sorte durante quatro anos e não aplicar nenhum reajuste faz com que, na prática, os salários do funcionalismo tenham sido reduzidos no período, gerando desvalorização e dificuldades para a sobrevivência de muitas famílias.
1,2 mi de servidores afetados
As perdas salariais reais afetam diretamente o conjunto dos servidores públicos federais, estimado em cerca de 1,2 milhões de pessoas, entre ativos, aposentados e pensionistas.
Para enganar o funcionalismo e a opinião pública, Bolsonaro até chegou a aventar a possibilidade de conceder um reajuste de 5%, e retirou recursos da educação, da ciência e de outras áreas usando essa desculpa. Depois voltou atrás, mas os recursos não voltaram.
A essa altura, quem tinha qualquer ilusão sobre os objetivos do governo em relação ao funcionalismo, deve estar bem ciente da realidade.
O projeto é apenas de destruição. Tá bom assim?
Fonte: APUFPR