Na manhã da última quarta-feira (15), mais de 20 mil pessoas pararam o centro de Curitiba para defender a educação pública, gratuita e de qualidade. O ato na capital paranaense aconteceu simultaneamente a outras mobilizações em centenas de cidades brasileiras.
Os docentes foram às ruas ao lado de servidores técnico-administrativos, estudantes, movimentos sociais, professores de outros níveis de ensino e trabalhadores de diversas categorias. O movimento foi uma resposta ao contingenciamento orçamentário que atingiu as universidades federais e outras esferas da educação. Em muitas instituições – incluindo a UFPR – o bloqueio de verbas poderá inviabilizar a continuidade das atividades a partir do segundo semestre.
A APUFPR-SSind participou das atividades unificadas desde as 8h da manhã, quando manifestantes começaram a se concentrar na Praça Santos Andrade.
Por lá, professores da universidade distribuíram adesivos e materiais sobre a importância da pesquisa e da extensão para a sociedade. Alunos de graduação e pós-graduação também carregavam cartazes e faixas que ressaltavam o trabalho desenvolvido nas instituições e seu impacto positivo na sociedade.
De lá, o grupo seguiu em caminhada pela região central da cidade em direção ao Centro Cívico, onde realizaram intervenções em frente à Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) e ao Palácio Iguaçu, sede do governo do estado.
Nesses espaços simbólicos, os manifestantes exigiram que a educação pública, gratuita e de qualidade seja tratada como uma área prioritária pelo Governo Federal, e não como o “churrasco do fim de semana”, como chegou a declarar o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, durante os protestos de ontem.
Para o presidente da seção sindical, Paulo Vieira Neto, a grande participação no ato demonstrou que a sociedade vai aceitar os cortes orçamentários do Governo Federal na educação.
“Não é apenas a UFPR que está aqui hoje, temos representantes de várias universidades, escolas municipais e estaduais. Isso que estamos ouvindo aqui é o som que comprova que a defesa da universidade pública está forte e que vai sair vitoriosa”, salientou Paulo.
Mobilizações aconteceram durante todo o dia
A Praça Santos Andrade foi palco de diversos atos ao longo do dia 15. A comunidade acadêmica se reuniu em frente ao Prédio Histórico em manifestações realizadas às 15h e às 17h30.
“A mobilização realizada em diferentes horários democratizou o acesso e permitiu que até mesmo pessoas que não puderam paralisar todas as suas atividades tivessem a oportunidade de defender a nossa universidade”, pontuou a vice-presidente da APUFPR-SSind, Joana Léa Meira Silveira.
Já para o secretário-geral da seção sindical, Paulo Ricardo Opuszka, a diversidade nos horários dos atos também aumentou as possibilidades de diálogo com a população. “A APUFPR-SSind preparou um material especial justamente para que fosse possível conversar com o povo e ressaltar que quando a universidade pública perde, toda a comunidade perde junto”, salientou.
O contato com os pedestres foi justamente o alvo de ações organizadas por estudantes e professores dos programas de pós-graduação, que se posicionaram em locais como a Rua XV de Novembro, Praça Rui Barbosa, Terminal do Guadalupe e arredores dos campi da universidade.
Mobilizações do gênero também foram realizados nos campi do Litoral, Palotina, Jandaia do Sul e Toledo.
Ex-alunos defendem universidade
Quem passou o dia no trabalho ou cuidando de outros afazeres também teve a oportunidade de se manifestar em favor da educação pública. Às 18h, um grupo de ex-alunos da UFPR realizou uma manifestação no Pátio do campus Reitoria.
No início da noite, o grupo seguiu para a Praça Santos Andrade, onde outro ato em favor da educação convocado por coletivos curitibanos acontecia.
“Todas essas mobilizações organizadas por diferentes núcleos foram importantes porque mostraram que a defesa da educação não é exclusividade de quem está na universidade hoje. Neste 15 de maio, tivemos a participação de quem já passou pela UFPR, de quem ainda pretende passar e de quem entende a importância de uma instituição de ensino federal para toda a sociedade”, avaliou a tesoureira-geral da APUFPR-SSind, Denise Maria Maia.
Fonte: APUFPR-SSind