Com medo da derrota no Congresso, direção do ANDES-SN caminha entre o autoritarismo e o oportunismo

22 de janeiro de 2024
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Nas eleições para a direção do ANDES-SN em 2023, o grupo que controla o Sindicato Nacional há quase 20 anos usou manobras rasteiras para se manter no poder, e isso incluiu alterar as regras da disputa em relação ao pleito anterior, para deixar de fora bases que, potencialmente, votariam na chapa de oposição, a RENOVA ANDES.

Entre essas bases, estavam os professores da UFMG, que não puderam votar para a direção nacional sob a alegação de que o sindicato local, APUBHUFMG+, ainda não estava formalmente ligado ao ANDES-SN (o que não era verdade – explicamos adiante abaixo).

Contraditoriamente, o novo presidente do ANDES-SN é docente da UFMG, apesar de seus colegas de universidade terem sido impedidos de votar naquela eleição.

Agora, a direção do ANDES-SN quer interferir mais uma vez no movimento docente local para levar delegados para o 42º Congresso do Sindicato Nacional, que será realizado no final de fevereiro e começo de março.

 

Desespero

Com medo real de perder as votações no Congresso Nacional, os membros da direção do ANDES-SN vêm abusando de todo tipo de prática autoritária para ferir a autonomia das entidades sindicais que não se alinham a eles.

Seja com a tentativa de deslegitimar o resultado de Assembleias que elegeram maioria de delegados do RENOVA ANDES (como as realizadas pela APUFPR e por outras entidades), ou com essa tentativa de levar delegados de uma base que a própria direção do Sindicato Nacional excluiu das eleições, o grupo que controla o ANDES vem trilhando caminhos cada vez mais autoritários, interferindo abertamente na autonomia política das entidades de base.

Segundo comunicado da APUBHUFMG+, a direção do Sindicato Nacional pretende usar sua Regional para fazer uma Assembleia com intuito de “levar ao 42º Congresso da entidade nacional, o maior número possível de seus representantes para aprovação das teses do “ANDES pela base” – que compõe o quadro político da atual diretoria do ANDES”.

 

Pode ou não pode?

Mas, afinal, a base da APUBHUFMG+ participa ou não do ANDES?

Ao que parece, a resposta para isso depende exclusivamente dos interesses da direção do próprio ANDES e daquilo que lhe for conveniente no momento.

Antes da eleição, que ocorreu em maio de 2023, a direção do ANDES-SN sabia que, potencialmente, a maioria dos docentes da UFMG votariam na Chapa do RENOVA ANDES, já que 106 professoras e professores daquela instituição haviam assinado manifesto a favor daquela chapa, enquanto apenas 16 haviam declarado apoio à chapa da direção do Sindicato Nacional. Por isso, o grupo que dirige o Sindicato Nacional usou a Comissão Eleitoral (na qual tinha maioria) decidiu excluir os docentes da UFMG da base de votação.

O mesmo aconteceu em outras instituições nas quais as bases que puderam votar em eleições anteriores foram impedidas de votar naquela de 2023 porque, da mesma forma, potencialmente votariam na chapa da oposição. Obviamente, isso interferiu no resultado final, já que a da direção do ANDES venceu por meros 295 votos de diferença em relação à Chapa do RENOVA.

Apesar de ainda não ter concluído formalmente o processo para se tornar base do Sindicato Nacional, a APUBHUFMG+ vinha participando formalmente das atividades do ANDES e, no Congresso realizado no começo de 2023, fez parte do rateio de custos do evento (fato comprovado pela planilha que consta no Relatório Final do evento). Ou seja, a direção do ANDES aceitava a participação da APUBHUFMG+ e dos docentes da UFMG, antes da eleição, mas não aceitou no processo eleitoral.

Agora, de forma oportunista, a direção do Sindicato Nacional quer fazer outra manobra para eleger delegados alinhados a ela, passando por cima da representação legítima da APUBHUFMG+.

Diante de tudo isso, fica cada vez mais evidente que é preciso barrar essa escalada autoritária da direção do ANDES. Além de transformar o Sindicato Nacional em uma entidade isolada e desconectada da realidade dos docentes, esse grupo vem demonstrando que não há limites para sua sanha por poder.

 


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