Nota do Comando Local de Greve: Força da greve faz a negociação avançar, mas permanece 0% em 2024

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Força da greve faz a negociação avançar, mas permanece 0% em 2024

 

“Proposta final” só quando as/os docentes decidirem!

 

Na reunião de negociação hoje o governo apresentou nova proposta. Sobre ela cabe destacar:

– Manteve os índices de reajuste propostos anteriormente: 0% em 2024; 9% em 2025; 3,5% em 2026;

– Aumentou o percentual dos steps entre níveis de 4,5% para 5%, de forma desigual;

– A somatória dos índices de reajuste, com a alteração nos steps produzirá recomposições salariais desiguais entre as classes e níveis;

– A grande maioria das classes/níveis teria reajustes finais em 2026 em torno de 13,3 a 16,7%;

– O cálculo de nossas perdas salariais é de 22,71%;

– O propagandeado aumento de 31,2% envolve parcela ínfima da categoria (com pouco impacto orçamentário), e tem sido usado pelo governo na mídia como narrativa para a população de que o aumento seria extraordinário.

A nova proposta avançou em relação à anterior. Isso é fruto da força da greve, cujo número de universidades segue em ampliação. A importante mobilização docente em todo o Brasil tem feito o governo se comprometer a repor uma parcela maior de nossas perdas.

Ao mesmo tempo, segundo essa proposta, seguiríamos com 0% em 2024, além de continuarmos acumulando perdas entre 6,01 a 9,41% (previsão oficial da inflação para o período).

O governo também não apresentou, até o momento, proposta alguma de recomposição orçamentária das IFES.

A proposta é bastante complexa, com desigualdade dos impactos nas várias classes e níveis. Neste momento, o Comando Nacional de Greve do Andes-SN está reunido, analisando-a detalhadamente, a fim de subsidiar a categoria com informações mais precisas. A partir desse parecer, as assembleias serão convocadas para analisar a proposta e decidir os próximos passos do movimento.

Até lá, é preciso ter cautela com a propaganda exagerada do governo. Inclusive, as próprias entidades devem ter essa preocupação. A diretoria da APUFPR-SSind, sem analisar a proposta e dialogar com o Comando de Greve, publicou há pouco duas notas que reproduzem o tom propagandístico do governo.

Isso foi um desrespeito em relação à categoria docente, que definiu, em assembleia, um Comando Local para dirigir a greve. As publicações e análises da greve são atribuições legítimas dessa instância, com dezenas de professoras/es dos diversos setores e campi da universidade que vêm tendo a sensibilidade e responsabilidade de analisar cuidadosamente cada novo acontecimento, além de organizar as várias atividades da greve.

Deve-se evitar também reproduzir a ameaça da “proposta final”, veiculada pelo governo; uma tática comum nas negociações. Caberá às/aos docentes de todo o Brasil analisar com tranquilidade o momento da greve e da negociação e decidir, democraticamente, seus rumos em assembleias.

 

Comando Local de Greve dos/as docentes da UFPR

 


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