Conselhos universitários presenciais e abertos! A democracia universitária não cabe nas plataformas!

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Na última terça (30/04), ocorreu Conselho Universitário (Coun) que discutiria o apoio às reivindicações da greve unificada da educação federal (de docentes, técnicos administrativos em educação – TAEs e estudantes) e a suspensão do calendário acadêmico na UFPR.

Contrariando a solicitação dos Comandos de Greve dos três segmentos, a reitoria realizou o Coun em regime completamente remoto, com a justificativa de segurança e de que as discussões teriam mais qualidade que no formato presencial.

O resultado todos conhecem. A sessão foi um festival de falas inaudíveis, obstruções de acesso para conselheiros e convidados, dificuldades técnicas com microfones e câmeras, restrição de manifestações em defesa da greve etc.

No momento da leitura da moção submetida pelo Comando Unificado de Greve dos três segmentos, texto com o qual a reitoria havia manifestado concordância, uma “jogada surpresa”. O reitor, durante a leitura, sem informar o plenário, altera a redação original, excluindo o termo “paralisação”. Após ser questionado, argumenta que caberia ao Coun reconhecer a existência de mobilização, mas não de paralisação estudantil. Seguiu-se uma votação questionável: com vários conselheiros sem conexão ou áudio; alguns votando contrariamente ao contexto de seus cursos/setores (nos quais os estudantes deliberaram e constroem paralisações); conselheiros ilegítimos etc.

No caso da representação estudantil (9 votos), a ilegitimidade beira o absurdo. Integrantes da Comissão Eleitoral 2024/2025 (COE) do DCE assumiram a posição de conselheiros na própria sessão (as cadeiras estavam vagas há meses), sem deliberação por Conselho de Entidades Base, procedimento não amparado por nenhuma normativa da UFPR ou do DCE. “Coincidentemente”, todos os conselheiros discentes ilegitimamente empossados votaram na posição defendida pela reitoria, ou seja: contra o reconhecimento da legitimidade das reivindicações da paralisação estudantil (processo que já envolve pelo menos 18 cursos da UFPR).

Como se não bastasse, a própria base conservadora, aliada da reitoria, contrária à greve estudantil e à suspensão do calendário, entrou com centenas de pessoas e promoveu um tumulto, com agressões no chat e obstruções ao funcionamento da reunião. A desculpa perfeita para o reitor interromper abruptamente a sessão, desrespeitando o direito à manifestação de conselheiros e convidados, e adiando a decisão sobre a suspensão do calendário.

Em nota publicada nas redes, a Reitoria afirma que insistirá em sessões remotas nos Conselhos, mesmo após essa demonstração deprimente de ausência de democracia e ineficiência.

O Comando de Greve Unificado (de docentes, TAEs e estudantes) reitera a defesa histórica da democracia universitária, com conselhos presenciais e abertos à participação da comunidade universitária.

Seguiremos na luta cotidiana em defesa da educação pública, e convidamos todos/as/es a reforçarem espaços realmente democráticos e legítimos: assembleias, reuniões e atividades de greve; espaços de solidariedade e democracia direta, voltados à conquista de condições dignas de trabalho, estudo e convívio comunitário.

 

Comandos de Greve da UFPR – docente, de TAEs e estudantes


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