Violenta desocupação de Pinheirinho completa 5 anos

No último dia 22 de janeiro completou-se cinco anos da desocupação urbana do Pinheirinho, em São José dos Campos, interior de São Paulo. Na época foi realizado pela Polícia Militar, com respaldo da Justiça e do governo do Estado de São Paulo, um despejo violento, com a expulsão de mais de 1500 famílias e cerca de seis mil pessoas.

Em dezembro de 2016, foram entregues 1461 casas do “residencial Pinheirinho dos Palmares II” às famílias retiradas da ocupação original. O novo residencial, entretanto, não possui infraestrutura urbana, não tem escolas, postos de saúde ou hospital, nem posto policial.

Para Gina Maria de Souza Lima, expulsa do Pinheirinho em 2004, o residencial não atende às condições mínimas de dignidade. “Eu estive na fila pela moradia desde 1999, participei da ocupação do Pinheirinho e fui retirada de lá. Aguardei por cinco anos e vim morar num lugar onde as novas construções estão cheias de defeitos e problemas, o esgoto fica a céu aberto, não há postos de saúde, nem escolas ou creches. Estão construindo um galpão com estrutura metálica para que as crianças possam estudar”, reclama a moradora. “Não é uma grande vitória e a luta continua até que todos tenham sua moradia, com dignidade: saúde, educação, segurança”, ressalta.

Quando a justiça ficou contra o povo

A justiça de São Paulo determinou, em janeiro de 2012, a retirada de mais de seis mil pessoas que moravam na ocupação do Pinheirinho há mais de oito anos. A determinação veio em favor da devolução da área à empresa – falida e sonegadora de impostos há mais de vinte anos – de Naji Nahas. Em 2012 uma liminar da Justiça Federal determinou a suspensão do despejo, mas o estado de São Paulo não a cumpriu, pelo contrário realizou um despejo truculento, com a participação de mais de dois mil policiais e aparato militar incluindo helicópteros, cavalaria, tropas de choque e bombas.

 
Fonte: ANDES-SN


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