Unicamp aprova sistema de cotas étnico-raciais

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) deu um importante passo para a universalização do acesso e permanência à educação superior pública e, consequentemente, para a diminuição da desigualdade racial e social no país. O Conselho Universitário (Consu), instância máxima da universidade, aprovou na terça-feira (30) a adoção do sistema de cotas étnico-raciais (pretos, pardos e indígenas – PPIs), para ingresso de estudantes nos seus 66 cursos de graduação.
Um Grupo de Trabalho (GT) foi criado para elaborar uma proposta que inclui a implementação progressiva de cotas raciais, a ser colocada em prática a partir do vestibular de 2019. Além de definir que modelo o sistema de cotas terá, o GT também apresentará sugestões acerca de outras questões relacionadas ao tema, como a formulação de um programa de permanência estudantil que ofereça suporte socioeconômico e acadêmico aos estudantes que apresentarem necessidades dessa natureza, como a concessão de bolsas moradia, transporte, alimentação, e auxílios psicológico, pedagógico e acadêmico.
Enquanto a votação ocorria, do lado de fora da sala, estudantes da instituição realizaram o “Ato Nacional Pelas Cotas na Unicamp”, em unidade com movimentos sociais, para pressionar e reivindicar a aprovação das cotas pelo Conselho. Durante o dia todo, foram realizadas atividades políticas e culturais pelos movimentos em defesa das cotas e da consciência negra da Unicamp, em articulação com estudantes de graduação e pós graduação, técnico-administrativos e docentes.
A Unicamp será segunda universidade estadual paulista a adotar o sistema de inclusão. Entre as três – Unicamp, Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual Paulista (Unesp)–, somente a última possuía sistema de cotas raciais na graduação, iniciado no vestibular de 2014.
ANDES-SN
Em 2010, o ANDES-SN se posicionou, durante o seu 29º Congresso, a favor do sistema de cotas como política transitória para a universalização do acesso e permanência à educação superior. Na ocasião, foi reafirmado a sua posição de lutar pela implantação de políticas afirmativas, já aprovadas durante o 28º Congresso.
Nesse ano, no 36° Congresso, que aconteceu em janeiro, na cidade de Cuiabá (MT), os docentes deliberaram pela intensificação da defesa de ações afirmativas, com ampliação de cotas étnicorraciais para negros e indígenas nas Instituições de Ensino Superior, com garantia de políticas adequadas de permanência estudantil, inclusive nos cursos de pós-graduação. Confira a cartilha do GTPCEGDS: Em defesa dos direitos das mulheres, dos indígenas, das/os negras/os, e das/os LGBT. 

Fonte: ANDES-SN


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