Uerj debate relação da situação financeira do estado do Rio com a crise federativa

Mais de 200 pessoas participaram, na noite de segunda-feira (29), do debate “Crise financeira ou federativa? O que Pezão e Temer insistem em não ver”, realizado no auditório do Campus Maracanã na Universidade do Estado de Rio de Janeiro (Uerj). A Associação dos Docentes da Uerj (Asduerj – Seção Sindical do ANDES-SN) promoveu o encontro.

Guilherme Abelha, professor da Uerj que participou do debate, contou que o encontro foi de extrema importância, pois abrangeu a questão da crise federativa, que é um dos motores da crise fiscal do estado fluminense, além de outras questões específicas do Rio de Janeiro.

“O debate nos mostrou o tamanho da tragédia que nos aguarda. Os governos estadual e federal estão tratando da crise no Rio, como se ela fosse local. Claro que algumas decisões tomadas pelo governo estadual foram equivocadas e catastróficas em alguns órgãos do Rio, mas o fundamento da crise no estado é o mesmo da crise nacional”, disse.

Estiveram na mesa do debate, Bruno Barth Sobral, professor da Faculdade de Ciências Econômicas da Uerj, que é autor de diversos estudos sobre a crise do Rio de Janeiro; Carlos Minc, economista, deputado estadual e presidente da Comissão pelo Cumprimento das Leis; Waldeck Carneiro, professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF), deputado estadual e membro das Comissões de Educação e de Economia e Indústria; Ana Paula Vasconcellos, advogada especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental do RJ, membro da Secretaria Colegiada da GestRio e da Associação dos Gestores Públicos do Estado do Rio de Janeiro; e Thiago Rangel, mestre em Ciências Contábeis e analista de Controle Interno da SEFAZ RJ, e presidente da  Associação dos Servidores do Controle Interno do Estado do Rio de Janeiro (Ascierj).

De acordo com o docente, os palestrantes destacaram a necessidade de encontrar novas formas de arrecadação para o Rio de Janeiro, sem ter que passar por cortes em serviços públicos e nos salários dos servidores públicos estaduais. “O governo do estado esta tratando a crise de arrecadação do Estado como uma crise de despesa. E o governo federal, ao invés de ser solidário a situação do Rio, não discute a Lei Kandir, que isenta os tributos sobre os produtos e serviços destinados à exportação, não se discute também os cálculos dos royalties de petróleo que atualmente é desfavorável ao Rio e favorece as operadoras da Petrobrás. E, ainda, temos a dívida ativa que não é cobrada”, comentou.

Abelha ressaltou o posicionamento dos especialistas de que o “pacote de maldade” proposto pelo governador Luiz Fernando Pezão não resolverá o problema do estado fluminense. “O que se arrecada com o aumento de taxação do servidor público, em média R$ 500 milhões ao ano, vai impactar negativamente a economia do estado, o dinheiro na mão de trabalhador aumenta a escala na economia, impulsiona setores diversos e faz com que você supere uma crise. Estamos com um grande desemprego no estado, acima da média nacional, e temos problemas na estrutura industrial e essas medidas não ajudam”, criticou.

Com informações de Asduerj-SSind

Fonte: ANDES-SN


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