Tribunal argentino condena 48 ex-militares por crimes contra a humanidade

Em julgamento histórico, o Quinto Tribunal Federal de Buenos Aires condenou 48 ex-militares por mais de 780 crimes contra a humanidade, durante a ditadura argentina de Jorge Videla. Os militares foram acusados de envolvimento nos crimes de tortura, assassinatos e desaparecimentos cometidos na Escola Mecânica da Marinha (Esma) durante os anos de ditadura militar no país (1976-1983).

A decisão, relativa a 54 dos 68 acusados pela comissão que investiga os crimes, foi divulgada na última quarta-feira (29). O Tribunal sentenciou 26 pessoas à prisão perpétua e outras 19 a sentenças menores que variam de 8 a 25 anos de detenção. Outros seis réus foram absolvidos. 

Entre os condenados, estão o ex-capitão da Marinha Alfredo Astiz, conhecido como o “Anjo da Morte”, e José Eduardo Acosta, chamado de “O Tigre”. Ambos já haviam sido condenados em outro julgamento por crimes contra a humanidade e foram sentenciados a prisão perpétua.

A Esma foi inicialmente preparada para o treinamento, recreação e hospedagem dos oficiais da Marinha, e, depois do golpe de Estado na Argentina, tornou-se um centro clandestino para prender, torturar e exterminar pessoas que faziam oposição ao regime militar entre 1976 e 1983.

No local, também funcionava uma maternidade clandestina, na qual ocorreram sequestros sistemáticos de bebês nascidos de mulheres detidas pelos órgãos repressivos da ditadura.

Entre as acusações, além dos raptos dos recém-nascidos e as torturas frequentes, estão as mortes chocantes dos presos nos chamados “voos da morte”. Para desaparecer com os detidos sem deixar nenhum rastro, os prisioneiros eram jogados vivos de aviões militares sobre o mar ou o Rio da Prata. Os atos cometidos na Esma incluem o desaparecimento forçado de cinco mil pessoas.

*Com informações da Telesur

Fonte: ANDES-SN


BOLETIM ELETRÔNICO


REDES SOCIAIS