Temer investe em chantagem midiática para aprovar a Reforma da Previdência

16 de fevereiro de 2018

Post13-Bancos_PostSite-e1513353939365O ano começou com uma grande ofensiva publicitária do governo de Michel Temer para tentar convencer a população de que a Reforma da Previdência é necessária. Diante da dificuldade de aprovar o projeto, o governo federal tem usado todas as armas disponíveis para chantagear a população.

As declarações oficiais mais recentes indicam que o projeto deve ser votado na Câmara dos Deputados até o dia 28 de fevereiro. A tentativa de convencer parlamentares indecisos a votarem favoravelmente ao projeto culminou no recuo do governo em alguns pontos, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a aposentadoria dos trabalhadores rurais.

O núcleo dessa Reforma, no entanto, continua perverso: as novas regras vão dificultar o acesso de trabalhadores a um futuro com o mínimo de tranquilidade e bem-estar.

Propaganda enganosa

A página do Planalto no Facebook se transformou em uma nítida campanha publicitária a favor da Reforma. Nas postagens, as atuais regras da Previdência Social são acusadas de perpetuar “privilégios de ricos”. Frases como “O Brasil não pode quebrar” e “Quando a Previdência quebrar, ninguém vai dividir a aposentadoria com você” são publicadas à exaustão.

Temer também tem se aproveitado da polarização política no país para tentar jogar a população contra aqueles que têm lutado contra a Reforma.

Uma das últimas cartadas midiáticas do governo de Michel Temer foram os acordos de publicidade firmado com diversos apresentadores de programas populares de televisão, como Ratinho, Silvio Santos e Amaury Junior. O presidente compareceu aos programas de auditório comandados por eles para defender a Reforma e, ao mesmo tempo, tentar diminuir sua rejeição.

De Ratinho, Temer “ganhou” quase 30 minutos no SBT para argumentar a favor do projeto. No Programa Silvio Santos, a participação do presidente durou cerca de 12 minutos.

A propaganda enganosa também contou com a conivência dos maiores jornais impressos. A ONG Repórter Brasil analisou mais de 400 textos publicados nos maiores veículos do país e constatou números vergonhosos: O Globo defendeu a Reforma da Previdência em 90% dos materiais, o Estadão, em 87% e a Folha de S. Paulo, em 83%.

Resistência

Mesmo milionário, o investimento publicitário parece não estar surtindo o efeito desejado pelo governo. A Reforma da Previdência continua com grande rejeição, já que se trata de um dos maiores ataques aos direitos sociais da história recente do Brasil. Por isso, a resistência precisa ser cada vez maior.

Se for aprovado pela Câmara dos Deputados, o projeto será encaminhado ao Senado Federal. A pressão de Temer sobre os parlamentares indecisos deve continuar. Aos trabalhadores cabe pressioná-los também, mas em outro sentido: dizendo não ao fim da Previdência Social.

Fonte: APUFPR-SSind


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