Técnicos da UnB iniciam greve. Ato de estudantes no MEC é reprimido com violência

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Em assembleia realizada na Universidade de Brasília (UnB), nessa terça-feira (24), os técnicos-administrativos da instituição decidiram por paralisar as atividades como protesto contra os cortes feitos no orçamento do Ministério da Educação (MEC) para o campus. Os trabalhadores terceirizados também decidiram pela greve. De acordo com o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), Maurício Sabino, cada categoria vai manter as atividades com o mínimo de funcionários determinado por lei.

Durante a assembleia, foi informado à comunidade acadêmica que a reitora da UnB, Márcia Abrahão Moura, concordou em rever algumas das medidas que a administração vinha adotando para reduzir o déficit da entidade, como a demissão de cerca de 40% dos servidores terceirizados e a dispensa de aproximadamente mil estagiários.

A reitoria adiou em mais 30 dias a dispensa dos estagiários, que aconteceria no final de abril. Ela também ficou de estudar um modo de rever o modelo dos contratos de terceirização, para evitar as demissões. Por conta disso, serão realizadas, nos próximos dias, várias reuniões técnicas com empresas e terceirizados para avaliação de todos os documentos.

Violência contra estudantes
Na manhã desta quinta-feira (26), estudantes da UnB realizaram um ano na Esplanada dos Ministérios, caminhando do Museu da República até a sede do MEC. Em mesa pública realizada na última semana na universidade, o Ministrério não enviou representantes para debater sobre a situação da instituição – com um déficit da ordem de R$ 93 milhões nas contas deste ano.

Ao chegarem ao prédio do MEC, os estudantes foram reprimidos com violência pela Polícia Militar, que fez uso da cavalaria, com bombas de gás, spray de pimenta, balas de borracha. Quatro estudantes foram detidos, sendo que 1 já foi liberado. Advogados populares estão prestando auxílio ao movimento.

Os estudantes mantém a ocupação da reitoria da UnB, iniciada no ultimo dia 12, se revezando em acampamento no espaço.

“Temos de resistir contra este descaso contra a universidade pública e a tentativa de privatização do ensino superior. Sabemos que é isso que está por trás dos cortes no orçamento da UnB e das demais universidade pública brasileira”, afirmou Vanessa Vieira, uma das integrantes do movimento de ocupação a reitoria, em entrevista à Rede Brasil Atual.

“Estamos buscando a realização de assembleias e decisões majoritárias para fazer um movimento com unidade e coerente, mas que fique bem claro: vamos batalhar com todo empenho pelo nosso direito de concluir um curso superior e impedir a continuidade desse estado de exceção implantado no país”, acrescentou.

Investimentos congelados
A principal questão referente às dificuldades observadas na UnB – que também são observadas em outras universidades públicas – é a Emenda Constitucional 95 que estabeleceu um teto para gastos públicos por período de 20 anos, limitando o já escasso orçamento das Instituições Federais de Ensino (IFE). Além disso, desde 2015 os recursos repassados para as IFE vêm sofrendo cortes.

Fonte: ANDES-SN  e Rede Brasil Atual


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