Sessão do COUN que debateria o Future-se é adiada para o dia 27. Segue o jogo

15 de agosto de 2019
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Na quarta-feira (14), os conselheiros da UFPR foram comunicados pela Secretaria de Órgãos Colegiados (SOC) sobre o adiamento para o dia 27 de agosto da sessão do Conselho Universitário (Coun), que estava marcada para a manhã desta quinta-feira (15). Na pauta estava o programa Future-se.

Segundo a SOC, os motivos para o adiamento são os seguintes:

1) o Ministério da Educação comunicou hoje, às 16h30, que o término do prazo de consulta pública foi estendido até 29/08;

2) várias unidades da universidade ainda não promoveram seus debates internos e/ou enviaram suas contribuições sobre o tema;

3) haverá na semana que vem reunião do Pleno da Andifes e audiência pública na Câmara dos Deputados que podem interferir decisivamente nos nossos debates internos;

A APUFPR lamenta o adiamento da sessão do Coun desta quinta-feira. A reunião deveria ser mantida como espaço de debate, esclarecimento e diálogo.

Certamente há dúvidas que ainda precisam ser esclarecidas e questões que precisam ser analisadas. O debate poderia proporcionar aos conselheiros, em especial aos diretores de setor que ainda não realizaram atividade sobre o tema em suas unidades, mais elementos para a tomada de decisão coletiva, que deve ocorrer no dia 27.

O Coun é a instância máxima da UFPR e, portanto, tem a responsabilidade de a proteger! É necessária uma vigilância permanente e reuniões de discussão devem ser estimuladas.

Nos últimos tempos, a Universidade Federal do Paraná ganhou ainda mais visibilidade, especialmente pelos ataques sofridos após os cortes orçamentários (impossível esquecer a faixa em defesa da educação sendo rasgada por membros de grupos autoritários). É preciso aproveitar esse destaque (a fachada da UFPR ilustrou matérias em praticamente todos os veículos de comunicação), inclusive para estimular outras instituições a tomarem também uma posição mais incisiva sobre o Future-se.

Ao mesmo tempo, o Governo Federal aumenta o tom contra as universidades federais e fake news continuam sendo espalhadas para influenciar a opinião pública contra os professores (mentiras amparadas inclusive pela fala do próprio ministro que, em entrevista a uma rádio, chegou a afirmar que um docente custa cerca de R$ 140 mil por mês aos cofres públicos).

Internamente, é preciso ter a consciência de que também haverá um embate pela narrativa sobre os impactos do projeto. E quanto mais a universidade prorrogar o debate em suas instâncias deliberativas, mais margem dará àqueles que pretendem se aproveitar da proposta do governo para destruir o caráter público da instituição e o ambiente que marcado pelo pensamento crítico e democrático.

A APUFPR reafirma sua posição pela rejeição total do projeto e, por isso, continuará participando dos debates, levando esclarecimento sobre os perigos do Future-se para a democracia e para a autonomia das universidades federais.

Para o sindicato, não há nada que bonifique o Future-se. A entrega das gestões para organizações sociais (OS), o atrelamento da pesquisa científica a financiadores com objetivos escusos, o fim da autonomia universitária, o aumento do assédio moral, a suspensão de concursos públicos (substituídos pela contratação de docentes pelas OS) são motivos mais do que suficientes para uma rejeição firme e taxativa do Future-se.

Sem trocadilhos, não podemos deixar para o futuro essa decisão. É urgente, é emergencial.

Fonte: APUFPR


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