Servidores públicos do RN derrotam parte do pacote de maldades do governo estadual

Em greve há 80 dias, os docentes da Uern participaram das mobilizações que pressionaram os deputados durante a votação dos projetos

A luta e mobilização dos servidores de diversas categorias do funcionalismo público do Rio Grande do Norte – entre eles os docentes da Universidade do Estado do RN (Uern) -, teve efeito na votação do conjunto de medidas enviadas pelo governador Robinson Faria (PSD) à Assembleia Legislativa do estado (Alern) na quarta-feira (31). No chamado “pacote de maldades”, do governo estadual, constam a venda de estatais, extinção de secretarias e ataques aos direitos dos servidores públicos. 

Dentre os projetos apreciados, na quarta, estavam os que estabeleciam o fim de promoções, progressões e quinquênios na carreira dos servidores, o congelamento de salários e o aumento da alíquota previdenciária de 11% para 14%, que ficou para outro momento. O projeto que dispõe sobre a concessão de abono especial, de caráter indenizatório, aos servidores públicos e pensionistas pagos e concede a compensação financeira aos beneficiários em razão do atraso no pagamento do 13º salário de 2017, foi aprovado. Enquanto ocorria a votação, milhares de servidores públicos cercaram a Alern para pressionar os deputados a não votar contra os trabalhadores. 

 

“Tivemos algumas vitórias neste processo, tanto com o adiantamento em diversos momento da votação destes projetos, mediante a pressão dos servidores, quanto com a não aprovação do fim das promoções, progressões, quinquênios, que resultariam no rebaixamento dos salários. Conseguimos também manter a paridade entre aposentados e pensionistas e a matéria de aumento da alíquota previdenciária não foi votada. Entretanto, infelizmente, tivemos uma perda que foi a aprovação da matéria da previdência complementar para servidores estaduais efetivos”, disse Rivânia Moura, presidente da Associação dos Docentes da Uern (Aduern Seção Sindical do ANDES-SN). 

Greve Uern
Os docentes da Uern estão em greve há 80 dias. Desde o dia 10 de dezembro de 2017, o movimento paredista tem realizado diversas atividades de mobilização em unidade com a categoria dos servidores públicos da Saúde do estado, que também entrou em greve, assim como os técnico-administrativos.  

“A principal reivindicação dos servidores públicos do estado é a questão do atraso salarial. Estamos com três meses de salários atrasados e, até o momento, o governo não apresentou nenhuma proposta, ou calendário de pagamentos que regularize os pagamentos. Diante do cenário posto, completamente adverso, garantir algumas vitórias foi importante para os trabalhadores e trabalhadoras acreditarem no movimento grevista e avançarem no processo de organização de luta e resistência”, ressaltou a presidente da Aduern SSind. 

*Foto: SindSaúde RN

Fonte: ANDES-SN


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