Se depender de Paulo Guedes, universidades públicas atenderiam os interesses do mercado

11 de novembro de 2022
APUFPR - Paulo Guedes, universidades públicas atenderiam os interesses do mercado

Derrotado nas urnas no último dia 30 de outubro, o governo de Jair Bolsonaro chega a seus últimos dias da mesma forma como começou: atacando a Democracia e também as universidades públicas.

Um dos exemplos mais recentes da postura de combate ao conhecimento que permeou os últimos quase quatro anos de administração federal foi dado pelo ministro da Economia Paulo Guedes, que defendeu a retirada do controle das universidades públicas do Ministério da Educação (MEC) e sua transferência para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

De acordo com o ministro, a mudança se justificaria pois, sob o MCTI as universidades estariam “mais vinculadas às empresas”, ou seja, aos interesses privados que ele sempre defendeu.

Mas será que isso é apenas uma posição ideológica, baseada em seu histórico de ideias neoliberais, ou tem outras intenções?

 

Ministro tem ligações íntimas com setor privado

A fala de Paulo Guedes foi feita durante um evento em uma instituição privada de ensino em Vitória (ES) e foi registrada pelo jornal A Gazeta.

O ministro expressou uma ideia que não é nova no governo de Jair Bolsonaro (mas que foi barrada pela pressão da comunidade acadêmica nacional).

A família de Paulo Guedes atua para representar os interesses do setor privado de educação. Sua irmã, Elizabeth Guedes, é presidente da Associação Nacional de Universidades Particulares, entidade que representa os maiores conglomerados da educação superior privada do país.

Como já apontado pelo Observatório do Conhecimento, os cortes no orçamento da pesquisa científica e tecnológica nos últimos foram de ao menos R$ 83 bilhões entre 2015 e 2021, podendo chegar a R$ 100 bilhões até o fim da gestão Bolsonaro.

O orçamento da Ciência e da Tecnologia em 2022 foi o menor dos últimos dez anos. Se fossem transferidas para o MCTI, as universidades teriam ainda menos recursos do que hoje.

Com esse projeto de privatização dos direitos sociais e da educação derrotado nas urnas, temos agora um longo caminho para reconstruir os pilares da Democracia e as políticas públicas em nosso país.

 

Fonte: APUFPR


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