SACOD sacode o Future-se e também rejeita o programa do governo

15 de agosto de 2019
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Oficialmente, os debates na Universidade Federal do Paraná (UFPR) sobre o Future-se começaram na Discussão Pública de 1º de agosto, no auditório do Setor de Tecnologia, no Centro Politécnico.

Desde então, docentes, servidores técnico-administrativos e estudantes têm se reunido em diversos setores para avaliar o documento, propor melhores alternativas para o funcionamento das instituição federais de ensino e debater formas de barrar o ímpeto do Governo Federal.

No Setor de Artes, Comunicação e Design (SACOD) da UFPR não foi diferente. Na manhã de terça-feira (13), o o Future-se foi analisado principalmente pelas óticas econômica e jurídica.

Convocado pela diretora da unidade, Regina Ribeiro, o debate recebeu uma grande presença dos membros da comunidade do setor para a discussão sobre o tema.

Segundo a diretora, o projeto é prova do desconhecimento do Governo Federal sobre as universidades públicas. “Ao exibir a instituição como espaço de eficiência zero, maus funcionários e maus gestores, o Future-se vende a ilusão de incontáveis empresas, com recursos de ponta, revolucionando a universidade. Porém, por si mesma ela faz isso tudo, e muito bem feito”, afirmou categoricamente

Em um momento de fortes ataques às instituições públicas de ensino superior, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, usa o projeto como uma promessa vazia à sociedade, menosprezando o objetivo real das universidades federais no Brasil:  integrar, incluir e proporcionar desenvolvimento econômico e social.

Segundo o secretário-geral da APUFPRPaulo Ricardo Opuszka, grupos trabalham para construir um ambiente de descrédito quanto à universidade pública, assim como fazem com o movimento sindical. É necessário, então, buscar apoio onde há empatia: “Sabemos a importância do nosso trabalho, mas lá fora será mais difícil vencer essa luta. Vamos sensibilizar aqueles que já estudaram aqui e hoje são pais de alunos. As empresas que têm contrato com a UFPR precisam falar da universidade. Nossos ex-alunos que atraíram prestígio social também devem falar pela instituição”, argumentou.

Defesa da educação

A discussão é urgente, mas o presente das universidades federais é ainda mais: após os cortes no orçamento da UFPR, já não se sabe até que mês ela sobrevive. A previsão é que a universidade feche as portas em setembro.

“Estamos na pior fase para a universidade pública. O projeto vem e temos que resistir de algum lugar. Ele é ruim e onde quer chegar é pior”, alertou o secretário-geral da APUFPR.

O Future-se é um mecanismo criado para entregar à iniciativa privada a produção científica e as gestões das universidades federais. Por isso, todos devem defender as instituições para que ela mantenha seu papel social: “É preciso ganhar aquela comunidade que a princípio nos critica. Precisamos pensar em mobilizações em que estas pessoas estejam envolvidas. Só assim há expansão da mobilização em defesa da educação”, reafirmou Opuszka.


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