Reunião do G20 é alvo de protestos contra o ajuste fiscal

Os chefes de Estado das 19 maiores economias do mundo e da União Europeia (UE) se reuniram na última semana (6, 7 e 8 de julho) em Hamburgo, na Alemanha, para debater a situação econômica mundial e as estratégias para aplicar os planos de ajuste fiscal, retirando direitos dos trabalhadores. Do lado de fora, entretanto, gigantescas manifestações populares foram realizadas em protesto contra a reunião, defendendo uma política econômica alternativa.

A primeira manifestação, na quinta-feira (6), foi chamada de “Bem-vindos ao inferno” e impressionou tanto por suas estratégias de defesa em relação à repressão policial quanto por performances artísticas, as quais criticaram a política econômica que favorece os grandes grupos empresariais em detrimento do direito da maioria da população mundial, como uma marcha de zumbis pelas ruas da cidade alemã. A polícia de Hamburgo ficou surpresa com número de manifestantes e teve de chamar reforços: ao todo, de acordo com a agência de notícias alemã DPA, 21 mil policiais participaram da operação durante o G20. Os manifestantes tentaram impedir a chegada dos líderes à reunião e, também, suspender o tráfego portuário – Hamburgo tem o segundo maior porto da Europa e o nono maior do mundo.

Outra manifestação popular realizada em Hamburgo foi chamada de “Solidariedade sem fronteiras em vez de G20!”. Ao menos 213 policiais ficaram feridos e 265 manifestantes foram presos, disse uma porta-voz da polícia à DPA. Manifestantes saquearam supermercados e lojas, ergueram barricadas, atearam fogo em latas de lixo e atacaram viaturas. Imagens televisionadas mostraram policiais entrando à força em edifícios e ocupando telhados enquanto helicópteros com holofotes circulavam sobre o distrito de Schanzenviertel, epicentro dos protestos.

 “A manifestação tem a ver com deixar claro que os líderes do G20 são responsáveis pela guerra e a fome no mundo”, disse Andrea Blechschmidt, do Rote Flora, teatro ocupado há trinta anos, que ajudou a organizar protestos. Em apoio às manifestações, o St. Pauli, equipe de futebol da cidade, abriu as portas de seu estádio para receber os manifestantes sem hospedagem em Hamburgo. Os manifestantes ainda realizaram, no sábado (8), uma “Contra Cúpula”, com painéis de debate alternativos.

Documento final do G20 afirma que Acordo de Paris é irreversível

Os líderes do G20 reafirmaram, no documento final da cúpula, a determinação de enfrentar conjuntamente questões como a pobreza, o terrorismo, o deslocamento forçado de populações, o desemprego, a desigualdade de gênero e as mudanças climáticas.

Ao abordar a questão ambiental, no entanto, o comunicado final do encontro deixou evidente a divergência entre os Estados Unidos e os demais membros do G20, com críticas à saída dos norte-americanos do Acordo de Paris, firmado em 2015 durante a 21ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21) com compromissos globais de enfrentamento às mudanças climáticas. O acordo foi assinado, na ocasião, pelo ex-presidente Barack Obama, mas, em junho, o atual mandatário, Donald Trump, decidiu retirar o apoio dos Estados Unidos à iniciativa.

Com informações de EBC, El País e Revista Nexo. 

Fonte: ANDES-SN


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