Reunião ampliada do GTPE define frentes de luta contra os desmontes na educação pública

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Na última quarta-feira (20), o Grupo de Trabalho de Políticas Educacionais (GTPE) se reuniu na sede da APUFPR-SSind para discutir estratégias de enfrentamento às medidas educacionais implantadas no Brasil desde o golpe de 2016. O encontro foi aberto para participação de toda a comunidade acadêmica e contou com a participação de representantes de outras entidades e de outras pessoas que lutam em defesa da educação.

A Reforma do Ensino Médio e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) foram os pontos centrais do debate. Em processo de implantação, as políticas implementam a reestruturação da grade curricular e alteração dos projetos político-pedagógicos das escolas em todo o Brasil.

As mudanças organizam as disciplinas do ensino médio de forma reducionista, dividindo-as em eixos fragmentados. A medida garante que os alunos – sobretudo os da rede pública – não tenham acesso a muitos conteúdos anteriormente previstos no programa de aulas.

Os participantes da reunião ampliada do GTPE também debateram a implantação do Instituto Integração Universidade Escola, unidade proposta pela UFPR que está ligada à discussão com a Reforma do Ensino Médio, a BNCC e demais diretrizes previstas na Portaria 158/2017 da CAPES, que pode ser lida na íntegra aqui.

A proposta de criação do Instituto Integração Universidade Escola foi apresentada em uma reunião promovida pela Pró-Reitoria de Graduação e Educação Profissional (Prograd) da UFPR, realizada no dia 8 de junho.

GTPE e entidades definiram enfrentamento aos retrocessos

A definição das frentes de luta e resistência aos desmontes promovidos pelo governo Temer foi o principal encaminhamento da reunião ampliada do GTPE.

A primeira delas consiste em uma grande campanha de conscientização e mobilização em todos os níveis de ensino. A estratégia tem como base a ampliação do apoio de universidades públicas e privadas e entidades como o Fórum de Defesa da Escola Pública, Fórum em Defesa da Educação Pública, Associação Nacional dos Juristas, União dos Estudantes Secundaristas e sindicatos de professores nos diversos níveis, tanto da esfera pública como da privada.

O processo também inclui participar de uma ampla mobilização nacional contra a implementação da BCNN.

Também haverá a elaboração de uma carta de esclarecimento, como forma de denúncia a todos os setores da sociedade sobre o que tem sido feito contra a educação e seus princípios democráticos nos últimos dois anos.

Uma Comissão para Estudos sobre a Proposta do Instituto Integração Universidade Escola acompanhará os trabalhos da divisão e fará o combate incisivo e direto à adesão da universidade aos programas educacionais inadmissíveis do Governo Federal.

Por fim, um terceiro grupo ficará à frente da organização de um grande seminário estadual marcado para o dia 2 de agosto, que irá propor o debate sobre o projeto educacional brasileiro em curso e abri-lo a todos os educadores do Paraná.

Para a secretária-geral da APUFPR-SSind, Sandra Mara Alessi, o prognóstico para os próximos anos caso as medidas sejam efetivamente implantadas é devastador, e, por esse motivo, é fundamental que docentes de todas as áreas se unam a essa luta. “Precisamos da presença de todos os professores, especialmente os dos cursos de licenciatura, porque esses projetos irão afetar principalmente os cursos de formação de professores, que também precisarão se adequar ao projeto para a educação básica”, explicou.

Todos os docentes estão convocados para participar do seminário do dia 2 de agosto e convidados a se juntar à organização das frentes de resistência. A hora é de luta!

Fonte: APUFPR-SSind


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