Ratinho Jr. quer terceirizar 27 escolas estaduais e abre espaço para privatização

26 de outubro de 2022
APUFPR- Fim das escolas públicas

O governo de Ratinho Jr. mal esperou acabar as eleições e já está trabalhando pelo fim do ensino público gratuito no Paraná. É o que se pode concluir das denúncias feitas pela APP Sindicato sobre a publicação de um edital, por parte do Governo Estadual, para a terceirização de 27 escolas da rede estadual.

Caso avancem, essas medidas podem significar o começo do fim das escolas públicas no Paraná, com sua submissão aos interesses e formas de organização da iniciativa privada – voltada ao lucro e não à democratização do ensino para os mais necessitados.

Segundo a denúncia da APP Sindicato, o processo não prevê sequer a realização de licitação, o que gera suspeitas de favorecimento a grupos próximos ao poder, e a gestão privada irá incluir também os recursos humanos, como professoras e professoras contratados por meio de Processo Seletivo Simplificado (PSS).

Estranhamente, tudo isso aconteceu logo após o governador ser reeleito, gerando dúvidas sobre as intenções sobrepostas.

 

Incapacidade de gestão?

Segundo o governo de Ratinho Jr., a medida foi tomada por conta de uma suposta “incapacidade” de gestão das 2,1 mil escolas estaduais, que funcionariam melhor se entregues à inciativa privada.

Trata-se de uma dupla mentira: em primeiro lugar, o que falta é vontade e compromisso com o serviço público, uma vez que a gestão da Educação é uma obrigação do Estado, não uma opção ou questão de capacidade. Falta também disposição e interesse em políticas públicas universais, que beneficiem a todos, sobretudo os mais pobres.

Além disso, experiências de privatização no Brasil e no mundo todo indicam que, em relação à qualidade dos serviços, o que ocorre na imensa maioria dos casos é o contrário, havendo piora no que é ofertado à população.

Com a educação, não seria diferente, com os interesses de lucro acima de tudo por parte da iniciativa privada prejudicando a formação e o futuro de nossos estudantes, principalmente os pobres, que não terão a opção de buscar o ensino privado caso estejam insatisfeitos. Afinal, não está previsto nenhum parâmetro de qualidade no projeto do governo.

De acordo com a APP, o edital prevê a realização de uma consulta às comunidades escolares das unidades envolvidas em 29 de novembro.

Até lá, sindicatos e movimentos sociais já estão se articulando para tomar medidas jurídicas e políticas. A APUFPR estará atenta solidária aos profissionais da educação estadual, e convoca toda a comunidade acadêmica da UFPR a fazer o mesmo.

 

Fonte: APUFPR


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