Público lota o Teatro da Reitoria da UFPR na aula inaugural do curso sobre o golpe de 2016

20180316_Curso Golpe-12Foi inaugurado na última sexta-feira (16) o curso de extensão O Golpe de 2016: a destruição dos direitos sociais e os rumos da sociedade brasileira. A aula introdutória aconteceu no Teatro da Reitoria da UFPR, e o número de presentes no evento superou as expectativas dos organizadores.

O curso foi inspirado na disciplina criada pelo professor Luis Felipe Miguel, da Universidade de Brasília (UnB), que sofreu ameaças por parte do ministro da Educação, Mendonça Filho. Em resistência à tentativa de censura, diversos cursos semelhantes se espalharam pelas universidades públicas no Brasil e em outros países, abordando a farsa do impeachment da então presidente Dilma Rousseff.

O tema da aula inaugural foi República do Nepotismo e os cenários da conjuntura política do golpe de 2016, ministrada pelos professores Ricardo Costa de Oliveira, do Departamento de Sociologia, e Andrea do Rocio Caldas, diretora do Setor de Educação da UFPR.

Para Ricardo, o golpe no Brasil virou uma proposta de debate internacional, com cursos sobre o tema na América Latina, na Europa, nos Estados Unidos, entre outros, revelando-se um grande tema de interesse para a agenda científica moderna. “O curso motiva pessoas a debaterem empiricamente para entenderem a situação de crise social, econômica e política, a desigualdade social, a corrupção, os privilégios de elites, e como a sociedade brasileira ainda é arcaica, reacionária e conservadora”, apontou.

A professora Andrea Caldas enfatizou a importância de ter o auditório lotado num momento de ataque à democracia no Brasil. “De forma muito estranha a proposta do professor Luis Felipe teve uma contestação do ministro da Educação, que questionou o direito da universidade de apresentá-la. Isso acabou provocando um movimento em várias universidades brasileiras, que replicaram a ideia, cada uma a seu modo. É um momento muito importante para a gente afirmar a autonomia da universidade e dizer que ela prima pelo pluralismo de ideias”, pautou.

A estudante de filosofia Ana Júlia Ribeiro, que compareceu ao evento, decidiu participar do curso por causa do momento político no país. “É um momento que a gente nem vai conseguir explicar para as futuras gerações, porque até agora a gente não está entendendo, então conseguir ter uma carga teórica do que é o golpe, por que é golpe e não impeachment, é muito importante”, declarou.

Conforme destacou o presidente da APUFPR-SSind, Herrmann Vinícius de Oliveira Muller, participante da mesa, é urgente parar para refletir a atual conjuntura. “Se a gente chega numa situação histórica, com todos os avanços que tivemos até o momento, e temos que tirar um dia para reivindicar a autonomia universitária, então o momento que estamos vivendo não é positivo”, afirmou. Ele mencionou posteriormente os recentes assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e de Anderson Pedro Gomes. “O ataque que o Estado está fazendo nesse momento é o ataque claro e objetivo à forma de pensar”, concluiu Herrmann.

Fonte: APUFPR-SSind

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