Professores propõem criar uma coalização estadual para discutir digitalização do ensino no Paraná

20 de novembro de 2023
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Uma das propostas surgida na atividade “Diálogos sobre as Tecnologias Educacionais na Rede Estadual de Educação do Paraná”, realizada na sexta-feira (17) pela APUFPR, em parceria com a APP-Sindicato, foi a criação de uma coalização estadual para discutir a digitalização do ensino. 

O objetivo é que essa coalização seja encampada por sindicatos, parlamentares e outros organismos, como a Human Rights Watch, para promover ações, estudos e eventos de formação. Uma das lutas será implementar uma legislação para proibir o uso de dados de estudantes 

Além disso, houve muitas reflexões sobre os desafios apresentados pela crescente digitalização na rede pública de ensino, especialmente quanto ao impacto do aumento do uso de plataformas digitais e seus efeitos, tanto na redução da qualidade na formação inicial como na precarização da carreira docente. 

Segundo a professora do Departamento de Geografia da UFPR, Carolina Israel, a plataformização ganhou força após a crise financeira de 2008 e, no Paraná, foi patrocinada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Para ela, ao se utilizar o argumento de “otimização do ensino”, a intenção é retirar a autonomia do docente e perfilar o usuário, o que pode acarretar o possível uso futuro dos dados de alunos por grandes empresas, gerando consequências danosas.       

Já professora Vanda Bandeira Santana, que é secretária educacional da APP-Sindicato, apresentou a conjuntura política nacional e estadual, nos últimos anos, marcada pela aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), aumento da licenciatura à distância e implementação do Novo Ensino Médio (NEM). De acordo com ela, no estado, 70% da categoria docente já está sendo formada pelo ensino à distância.    

Ela destacou que o debate sobre a plataformização com o governo estadual é muito ruim, sendo que Secretaria Estadual de Educação (SEED) desqualifica o trabalho do professor e não abre possibilidade de mediação. 

Para a APUFPR, o processo educacional deve preservar, em sua centralidade, a autonomia dos docentes e a valorização dos aspectos humanos na relação ensino-aprendizado, e isso inclui o papel essencial da interação entre professores e estudantes. 

Embora a utilização de plataformas digitais na educação possa ser uma consequência das mudanças tecnológicas que ocorrem na sociedade, elas não podem substituir o papel dos professores e devem ser encaradas como auxiliares da atividade docente.

Fonte: Apufpr


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