Professores baianos denunciam arrocho salarial no Cortejo de Dois de Julho

5 de julho de 2018

Os professores das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) ocuparam mais uma vez o tradicional desfile cívico ao Dois de Julho em Salvador, denunciando o maior arrocho salarial dos últimos 20 anos, o sucateamento da educação pública e reivindicando o respeito aos direitos trabalhistas. Durante o protesto, o Fórum das ADs – que agrega as seções sindicais do ANDES-SN nas Ueba – dialogou com a população baiana com faixas, pirulitos e panfletos sobre a negativa do governador Rui Costa (PT) em negociar com o movimento docente e apontou a necessidade de fortalecimento e apoio da luta.

Há mais de 260 dias o Fórum das ADs protocolou a pauta de reivindicações 2018. Mesmo com o empenho das representações docentes e várias ações de luta, o governo e seus representantes não flexibilizam as suas posições e se negam a dialogar com o movimento. Já são seis meses sem nenhuma reunião agendada. Mesmo tendo participado do cortejo, o governador Rui Costa não fez nenhum pronunciamento sobre o assunto.

Para Sérgio Barroso, coordenador do Fórum das ADs, o cortejo que marca o Dia da Independência da Bahia foi importante para reforçar o processo de luta contra a ofensiva governista à educação pública superior, cada vez mais negligenciada. “Seguiremos em mobilização até que o governo receba o movimento e apresente soluções para o arrocho salarial, os direitos trabalhistas e os problemas das Universidades”, frisou Barroso.

Situação crítica

A categoria denunciou o arrocho salarial. Segundo estudo ao Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), de janeiro de 2015 a dezembro de 2017, houve uma perda salarial, cuja reposição requer reajuste de, no mínimo, 21,10% para a categoria docente. Já são três anos sem o reajuste. Essa a primeira vez, em vinte e oito anos, que o conjunto do funcionalismo público da Bahia fica três anos consecutivos sem, sequer, ter a reposição da inflação. Os professores também cobraram direitos como as promoções, progressões e mudanças de regime.

Além da questão salarial, o contexto atual é também de redução da verba de custeio e investimento das universidades estaduais e de cerceamento aos direitos. Por conta deste cenário, a continuidade do ensino, da pesquisa e da extensão torna-se cada vez mais difícil. Como resposta ao descaso, atualmente os professores das Ueba estão com indicativo de greve aprovado.

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Edição de ANDES-SN com imagem de Fórum das ADs.

Fonte: Fórum das ADs

 


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