Professor, segundo Bolsonaro, você incentiva o estupro (alguém precisa parar esse monstro que ocupa a Presidência)

14 de julho de 2022
APUFPR-estuprador e universidade

Professor, você já ensinou em sala de aula seus alunos a cometerem crimes sexuais, como o estupro? Você já incentivou isso ou viu alguém incentivar? Já participou de alguma atividade em que isso foi ensinado?

Segundo o presidente da República, Jair Bolsonaro, sim, você já faz isso. Assim como os seus alunos também participam disso.

Foi o que ele quis dizer ao fazer um malabarismo retórico para ligar o caso de um médico anestesista, preso por violentar sexualmente uma paciente durante o parto, com as universidades.

“Qual é a educação desse cara? O que aprendeu na faculdade? Lógico, aprendeu a ser anestesista lá, mas o que mais foi ensinado na faculdade para ele? O que tinha no centro acadêmico, qual ideologia dessa universidade?”, levantou a falsa discussão.

Por mais que isso seja um evidente esforço de um pré-candidato desesperado para ser reeleito (inclusive, para manter foro privilegiado diante de inúmeras crimes cometidos na Presidência e antes), é, também uma tentativa de resgatar as paranoias infantilizadas que ele e seus apoiadores extremistas já espalharam tempos atrás.

É vergonhoso. É lamentável. É ridículo. É vil.

Sem conseguir promover qualquer avanço econômico ou social que possa lhe render votos em outubro, Bolsonaro apela para mentiras requentadas (está virando moda).

A APUFPR repudia essa declaração absolutamente irresponsável, e incompatível com seu cargo de presidente da República (o qual ele envergonha mais uma vez).

As universidades públicas estão entre os espaços de maior vanguarda na luta pelo respeito às mulheres e no enfrentamento à misoginia e às desigualdades de gênero. Jair, ele sim é um misógino comprovado, que já afirmou que algumas mulheres merecem ser estupradas, foi condenado mais de uma vez por expressar esse tipo de ideias.

O médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, que foi flagrado cometendo violência sexual contra uma paciente em São João do Meriti, no Rio de Janeiro, se formou em Medicina pelo UniFOA (Centro Universitário de Volta Redonda), uma instituição privada.

Mas é óbvio que, ao citar “centro acadêmico”, Bolsonaro tentar induzir o imaginário das pessoas para que pensem que o criminoso estudou em uma universidade pública.

Curioso que Bolsonaro esforçou-se para omitir o caso de seu ex-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Pedro Guimarães, denunciado por abuso sexual contra funcionárias da estatal e só demitido após inúmeras pressões da sociedade, assim como o então vice-presidente da mesma instituição, que também se exonerou pelo mesmo motivo.

A postura de Jair Bolsonaro é criminosa. Ao incentivar o ódio contra as universidades, ele repete o mesmo método que já se comprovou extremamente nocivo à sociedade.

assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu, cometido por um militante bolsonarista fanático, é a prova de que o incentivo à violência pode gerar consequências trágicas na vida real.

Assim como Bolsonaro se solidarizou com o assassino, e não com Marcelo, e ainda buscou irmãos bolsonarista da vítima para tentar criar uma narrativa diferente, dando carta branca para que seus seguidores voltem a cometer crimes assim, ele estimula a violência contra grupos sociais. Dessa vez, colocou uma mira nas costas de cada membro da comunidade universitária.

Isso precisa parar!

 

Fonte: APUFPR


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