Os desafios das mulheres negras na sociedade são enormes

24 de maio de 2023
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As mulheres negras compõem uma das parcelas mais marginalizadas da sociedade brasileira. Ao longo da história do país, elas sofreram (e ainda sofrem) com o racismo, o machismo e a desigualdade social, o que torna seus desafios ainda maiores do que as mulheres de outras estratificações sociais. 

Por isso, é importante refletirmos sobre os principais desafios enfrentados pelas mulheres negras no Brasil, bem como as possíveis soluções para superá-los.

 

Racismo estrutural: o grande obstáculo

O racismo é um problema histórico no Brasil e afeta diretamente a vida das mulheres negras. Elas são vítimas de preconceito racial em diversas áreas, como no mercado de trabalho, na educação, na saúde e na segurança pública. 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego entre as mulheres negras é mais do que o dobro em relação às mulheres brancas. Além disso, a violência policial contra a população negra é uma realidade, e as mulheres negras são as principais vítimas desse tipo de violência.

Outro reflexo do racismo estrutural no Brasil é a falta de representatividade política das mulheres negras. Mesmo sendo mais da 28% da população brasileira, elas são sub-representadas nos cargos políticos, o que torna difícil a conquista de políticas públicas que atendam às suas demandas ou que reparem problemas históricos.

 

Machismo e violência de gênero

O machismo é outra forma de opressão que afeta as mulheres negras no Brasil. Além de sofrerem com o racismo, elas também são vítimas de violência de gênero. 

Segundo o Atlas da Violência 2021, as mulheres negras têm 72% mais chances de serem assassinadas em relação às mulheres brancas. 

A violência doméstica também é um problema grave enfrentado pelas mulheres negras.

Além disso, as mulheres negras são estereotipadas e objetificadas pela mídia, o que reforça o racismo e o machismo na sociedade. O padrão de beleza imposto pela mídia é eurocêntrico e excludente, o que faz com que as mulheres negras sejam visibilizadas, marginalizadas, objetificadas ou estereotipadas como se fossem “exóticas”.

 

Resistência e luta

Apesar dos desafios enfrentados, as mulheres negras no Brasil têm lutado por seus direitos e sua visibilidade na sociedade. 

O movimento negro e feminista tem sido fundamental nessa luta, reivindicando políticas públicas que atendam às demandas das mulheres negras, bem como ações que combatam o racismo e o machismo.

A representatividade negra também tem sido uma forma de resistência. A presença de mulheres negras em espaços de poder e visibilidade, como a política e a mídia, tem quebrado os estereótipos e a invisibilidade a que são submetidas.

Outra forma essencial de combater o racismo e o machismo é por meio da educação. É importante que as escolas e universidades adotem políticas inclusivas, que promovam a igualdade de oportunidades para todas as pessoas.

A educação deve ser um espaço de reflexão crítica, que incentive o respeito e a valorização das diferenças.

Para acelerar o enfrentamento ao racismo e ao machismo, são necessárias políticas públicas que promovam transformações culturais. 

É preciso que haja programas de inclusão no mercado de trabalho, que combatam a violência de gênero e que promovam a representatividade negra nos cargos políticos e na mídia. 

Essas políticas devem ser construídas em diálogo com as mulheres negras e com as organizações do movimento negro e feminista.

É preciso que as ações sejam construídas de forma coletiva e que a sociedade brasileira enfrente o racismo e o machismo, reconhecendo a importância da luta das mulheres negras por igualdade e justiça.

Fonte: APUFPR

 


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