O chamado reajuste salarial de agosto de 2017 foi apenas uma reestruturação salarial desigual,abaixo da inflação para a maioria dos docentes

9 de outubro de 2017

shutterstock_566835985A Lei 13.325/2016, sancionada pelo presidente Michel Temer em 29 de julho do ano passado, define as tabelas salariais dos docentes federais até 2019. Os valores das tabelas são heterogêneos em relação às classes, níveis, regime de trabalho ou titulação, acentuando a desestruturação da carreira docente e a perda inflacionária no decorrer dos anos. Uma parcela considerável da categoria terá uma reestruturação salarial na carreira abaixo de 2%, o que não é suficiente para repor a inflação, que está estimada para ficar acima dos 4% em 2018 e 2019. Para alguns níveis no início da carreira, os docentes terão reajustes abaixo de 1% para os próximos dois anos, ou nem sequer terão.

A falta de aumento real na remuneração dos docentes federais é parte do desmonte que está ocorrendo no serviço público por parte do governo federal. Além disso, a lei prevê o aumento dos níveis de progressão, de 13 para 30, o que representa uma realidade ainda mais dura pelo aumento significativo de etapas até o final da carreira.

Esta realidade se agravará ainda mais, caso se aprove a proposta de aumento da contribuição previdenciária, de 11% pra 14%. O diretor de imprensa da APUFPR-SSind, Cássio Alves, afirma que as condições de trabalho dos professores das universidades federais está se deteriorando cada vez mais. “As perdas salariais, aliadas à conjuntura que a educação brasileira vive no momento, tornam a nossa profissão um verdadeiro desafio”, ressalta.

Descaso com a educação

A redução do salário dos docentes é um reflexo do corte de verbas que vem acontecendo nas universidades federais. A privação de recursos é a mais grave dos últimos 12 anos e o orçamento total para a educação sofreu redução de R$ 4,3 bilhões só em 2017. Esse cenário é resultado do descaso do governo ilegítimo de Michel Temer com a educação, uma vez que as concessões feitas para manter seu poder político já chegam a R$ 14 bilhões.

Fonte: APUFPR-SSind


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