Nota de repúdio: declarações do ministro da educação Abraham Weintraub são bizarras

25 de novembro de 2019
minstro-burro

O responsável pelo Ministério da Educação (MEC) no governo Bolsonaro, Abraham Weintraub atingiu uma impressionante meta: é o ministro de Educação, em toda a história da República, que mais vociferou sandices enquanto ocupante do cargo. Começou com o vídeo do guarda-chuva; errou a vergonhosa contagem dos bombons; fez comparações pueris; inacreditavelmente confundiu Kafka e kafta; destratou jornalistas e gestores em várias entrevistas coletivas; ao destilar ódio e sua indisfarçável misoginia, ofendeu a mãe de quem ousou lhe questionar; desdenhou a República; e ampliou seu repertório de bobagens pelas dezenas de erros de português em suas postagens e documentos oficiais.

Mas agora ele ultrapassou todos os limites da decência e respeito ao cargo que ocupa na recente entrevista ao “Jornal da Cidade Online”, um blog extremista reconhecido pela sua falta de precisão dos fatos.

Na oportunidade, abusou de estereótipos e acusações sem provas. Falou que há “plantações extensivas de maconha” nas universidades federais, “a ponto de precisar de borrifador de agrotóxico”.

Depois fez outra imputação ainda mais séria: acusou, sem qualquer prova, os laboratórios de Química de produzirem metanfetamína “porque a polícia não pode entrar nos campi”.

Não é de hoje que o ministro usa mentiras para deturpar e manchar a imagem das universidades federais e, em especial, dos docentes. Mas diante do fracasso de sua própria gestão, da falta de projeto e de políticas setoriais eficazes para resolver minimante os problemas da educação no país, ele rebaixa ainda mais sua própria atuação.

Ao imputar às universidades a pecha de produtoras de drogas ilícitas em grande escala (e por tabela, fazer parecer que toda a comunidade acadêmica atuaria como traficante), o ministro tenta alimentar o discurso de setores que querem o fim das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES).

Não é coincidência que ele novamente tenha feita a alusão sobre a ausência da polícia dentro das universidades. Em conversa recente com a reitora da UnB, ele declarou que gostaria de colocar a polícia dentro dos campi das instituições. Ao que parece, o ministro pretende repetir a vigilância e a repressão que existia durante o período da ditadura militar.

Com esse jogo de cena, ele tenta fazer parecer que se trata de uma cruzada medieval, mas vestindo uma roupagem de um tipo de justiceiro.

Para a APUFPR, no final das contas, quem sai prejudicada é a Educação.

Se ele estivesse realmente preocupado com o ensino superior de qualidade, viajaria pelo Brasil para conhecer instituições, conversaria sobre pesquisa, participaria profundamente dos processos em que as universidades estão envolvidas, investindo e apoiando docentes, servidores técnicos e estudantes.

Mas infelizmente, ele prefere ser esse personagem caricato e bizarro cujo único objetivo parece ser pavimentar o caminho para a destruição da pesquisa, do pensamento crítico e da produção científica brasileira. Com isso, está cada vez mais presente a sensação de que Abraham Weintraub finge ser ministro da Educação mas, na verdade, tem por objetivo desconstruir a educação pública em todos os níveis!

Em tempos de aumento da intolerância e da violência física e moral, Weintraub age de forma completamente irresponsável, incitando setores que gradativamente sentem-se cada vez mais confortáveis em colocar para fora seus monstros interiores. Este senhor é um embuste, é deletério e perigoso. Sua simples presença nos causa repulsa e asco. Porém o que ele acabou de fazer tem outro nome e consequência: feriu o decoro do cargo, mentiu, tentou constranger toda uma classe acusando-a falsamente, cometeu crime de responsabilidade, foi ímprobo e prevaricou no cargo.

O ministro da Educação está se tornando um perigo para a sociedade, é literalmente uma uva podre que deve receber o tratamento que lhe é devido na Justiça. Para tanto a APUFPR começou a estudar medidas judiciais para o resgate da verdade, que se forem cabíveis, irão ser tomadas.

Fonte: APUFPR


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