Nota da Diretoria da APUFPR-SSind de solidariedade à luta dos trabalhadores dos Correios

5 de outubro de 2017

CORREIOS-825x550Nós, professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) nos solidarizamos com a difícil, importante e legítima luta impulsionada pelos trabalhadores(as) dos Correios.

A justa reivindicação contra a retirada de direitos, em especial com relação à manutenção do plano de saúde da categoria, bem como o reajuste salarial já seriam motivos suficientes para apoiar esta greve. Essa é a categoria que possui o pior piso salarial das estatais, de R$ 1.300,00. Porém, no contexto em que se insere, a batalha é ainda maior, contra uma política nacional de privatização dessa estatal. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, no dia 21 de setembro, já anunciou que os estudos sobre a privatização estão em curso e falta “apenas” decidir qual será o modelo adotado.

Dizem que a privatização melhoraria o desempenho da estatal, mas escondem que a empresa sempre possuiu ótima avaliação por parte da população. Se hoje esse reconhecimento vem diminuindo, é pela enorme redução no quadro de trabalhadores e aumento da sobrecarga de trabalho. Assim como em vários serviços públicos, busca-se precarizar os serviços para justificar a privatização. A luta contra a privatização é uma luta por manutenção de melhores serviços para o conjunto da população. E é também uma luta contra demissões e condições de trabalho cada vez mais precárias e perversas.

A Reforma Trabalhista passará a ter vigência em novembro. Com ela querem acabar com o Acordo Coletivo de Trabalho, abolindo conquistas da categoria ao longo de todos esses anos.

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) já concedeu duas liminares em favor da empresa dos Correios. A primeira exigia que 80% da categoria se mantivesse trabalhando durante a greve, a segunda declarou a greve abusiva por não ter “esgotado as negociações”. Ambas as decisões reforçam o que já sabemos: o Judiciário não é neutro. Localiza-se do lado do empresariado e dos governos.

A resposta dos trabalhadores tem sido a manutenção da greve, mesmo com os descontos salariais e as ameaças de demissões. A greve dos trabalhadores dos Correios de 2017 é um marco importante não apenas no enfrentamento à privatização, mas também à Reforma Trabalhista e ao Judiciário, atrelado aos interesses mercantis e privatistas.

Essa luta não é só de vocês, essa luta é a demonstração que a classe trabalhadora não aceitará a retirada de direitos nem a ditadura do Judiciário. Por isso, nos solidarizamos e saudamos os bravos companheiros dessa categoria pela luta em defesa dos serviços públicos de qualidade.

Nenhum direito a menos!

4 de outubro de 2017

Diretoria da APUFPR-SSind

Fonte: APUFR-SSind


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