Militarizar a Educação não é a solução - Lugar de militar não é nas escolas
Militarizar a Educação não é a solução

30 de outubro de 2020
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O governador paranaense Ratinho Jr quer militarizar mais de 200 escolas públicas. Para isso, eles mentem, dizendo que o modelo “cívico-militar” (o nome eufemístico que inventaram) traria mais qualidade. Mas os dados comprovam que os resultados são semelhantes de escolas do mesmo perfil. Além disso, elas custam, por exemplo, mais do que o dobro dos Institutos Federais (IFs), com resultados inegavelmente inferiores.

Ou seja, é um modelo caro e muito menos eficiente do que o governo tenta fazer parecer.

O que está por trás é um projeto de ampla militarização da sociedade, começando pela base: a Educação.

De todas as propostas fajutas do governo Bolsonaro na Educação, essa é a única que governadores com inclinação autoritária (como é Ratinho Jr) estão dispostos a levar adiante.

Mas enquanto outros estados estão implementando aos poucos essa militarização, o governador paranaense resolveu fazer tudo de uma tacada só: 216 escolas estão na mira.

Há vários motivos para isso, que vão desde o agrado milionário (R$ 25 milhões) para pagar diárias de diretores-militares e monitores (olha a mamata) até a repressão ao movimento estudantil secundarista que, em 2016, ocupou mais de mil escolas no estado.

Diante de tudo isso, é preciso que as famílias dos estudantes também façam uma profunda reflexão sobre os impactos da implementação de um modelo autoritário e disfuncional, onde abusos físicos, psicológicos e até sexuais contra alunas e alunos são, geralmente, acobertados.

E também sobre o impacto disso na formação humana de nossos jovens, afinal, o governo quer implementar um modelo que não é referência para países desenvolvidos.

Retomar os tempos sombrios da ditadura é voltar a um passado que deveria ficar apenas nos livros de história (os quais, por sinal, eles tentarão modificar para apagar seus crimes da memória do país).

Desde já manifestamos nosso apoio e solidariedade aos colegas profissionais de educação da rede estadual, que sofreram com a repressão violenta no Massacre do Centro Cívico, em 2015, justamente por parte daqueles que agora pretendem comandar as suas vida profissionais.

Sobretudo, afirmamos publicamente que este projeto não merece apenas nosso repúdio, mas a rejeição de toda a sociedade.

Militarizar a Educação não é a solução.

 

Diretoria da APUFPR
30 de outubro de 2020

 

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