Milhares de gregos vão às ruas em greve geral contra novo pacote ajuste fiscal

Milhares de trabalhadores gregos saíram às ruas da capital Atenas e em Tessalônica, segunda maior cidade grega, na última quarta-feira (17) para protestar contra as novas medidas de ajuste fiscal do governo de Alexis Tsipras. Houve confronto entre policiais e manifestantes na capital. Apesar dos protestos da população, um dia depois, o governo da Grécia deu aval às medidas impostas por credores internacionais em troca de empréstimo de 7,5 bilhões de euros.

A primeira Greve Geral do ano foi convocada pelos principais sindicatos do país e ocorreu devido às reformas impostas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e União Europeia, como condicionantes para desbloquear o pagamento de uma nova parcela de empréstimo, o terceiro que o país tomará em sete anos. A legislação foi apoiada por todos os 153 deputados da coalizão que sustenta o governo do primeiro-ministro Tsipras. Todos os 128 deputados da oposição presentes à sessão votaram contra.

Professores, médicos e profissionais de várias outras categorias cruzaram os braços. O transporte público foi interrompido na capital. Nos hospitais públicos, apenas o setor de emergência funcionou. Controladores de voo interromperam o serviço por quatro horas, levando ao adiamento ou cancelamento de mais de 150 voos. Balsas que levam às ilhas gregas não funcionarão até sexta-feira.

Policiais também protestaram, bloqueando uma entrada do Ministério da Justiça. Eles exibiram uma faixa em grego e em alemão, direcionada ao primeiro-ministro Tsipras e à chanceler federal Angela Merkel, com os dizeres: “Quanto vale a vida de um policial grego?” A Alemanha, uma das principais contribuintes dos pacotes de resgate, é um dos países europeus que mais pressiona por reformas na Grécia.

Ajuste fiscal

O pacote inclui um novo corte nas aposentadorias, a partir de 2019, e a elevação de impostos a partir de 2020. Ao todo, os cortes somam 4,9 bilhões de euros. A Grécia ainda não se livrou dos efeitos da sua crise da dívida, com o desemprego atingindo uma em cada quatro pessoas no mercado de trabalho.

“Queremos enviar uma mensagem decisiva ao governo, à União Europeia e ao Fundo Monetário Internacional de que não vamos deixá-los cortar nossas vidas”, afirmou Alekos Perrakis, da organização sindical Pame.

Com informações de AFP e Terra.

Fonte: ANDES-SN


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