Metalúrgicos protestam contra fechamento da Ford no ABC Paulista

Metalúrgicos saíram às ruas de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, para protestar contra o fechamento da fábrica da Ford na cidade. A ideia da empresa estadunidense é encerrar as atividades da fábrica ainda nesse ano. Caso o fechamento seja concretizado, serão demitidos 2800 trabalhadores. Também serão afetados milhares de terceirizados, além de trabalhadores da região que dependem indiretamente da fábrica. O protesto aconteceu na terça-feira (26).

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC chamou a mobilização, que ocorreu mesmo debaixo de chuva. Na porta da Ford em São Bernardo era possível ver vários trabalhadores com cartazes contra o fechamento da fábrica. “Ford Não Fode”, “Não vou desistir do meu emprego” e “Não compre um Ford até a fábrica decidir ficar” eram algumas das frases expostas na manifestação. O sindicato também se prepara para ir à sede da Ford nos Estados Unidos, onde tentará impedir o fechamento da fábrica paulista.

A fábrica da Ford em São Bernardo foi construída em 1967. Atualmente, são produzidos lá os caminhões da marca, além dos carros Ford Fiesta. A ação de fechamento é parte do plano de reestruturação internacional da empresa. A Ford estabeleceu recentemente parceria com a Volkswagen para fabricação de veículos utilitários. O anúncio do encerramento da atividade da Ford em São Bernardo acontece depois da GM ameaçar fechar plantas no Brasil e na América do Sul.

Em nota, a CSP-Conlutas afirmou que “repudia a decisão e anúncio da empresa, se solidariza com os trabalhadores e chama a luta unificada nas montadoras, no Brasil e internacionalmente, para barrar tais ataques”. A Central também exige que o governo de Jair Bolsonaro (PSL) intervenha na situação para garantir o emprego dos trabalhadores.

Na Bélgica, Ford pagou 750 milhões de dólares a trabalhadores
Em 2014, a Ford fechou sua fábrica em Genk, na Bélgica. Após muita pressão e luta, o movimento sindical belga não conseguiu impedir o fechamento da fábrica, mas conquistou grandes indenizações. Graças a leis trabalhistas protetivas, cada trabalhador da Ford na Bélgica recebeu 190 mil dólares de indenização.
A Ford acabou gastando 750 milhões de dólares para pagar a rescisão dos 4 mil trabalhadores da fábrica em Genk. O fechamento da fábrica na cidade acabou gerando a perda de emprego de outros 6 mil trabalhadores, que dependiam indiretamente da indústria automotiva.
Fonte: ANDES-SN

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