Greve na França: ferroviários paralisam o país e enfrentam o governo Macron

9 de abril de 2018

GREVE NA FRANÇA

No dia 4 de abril, trabalhadores da Companhia Nacional de Caminhos de Ferro Franceses (SNCF) – uma empresa pública do setor ferroviário que atende 4,5 milhões de usuários por dia – paralisaram a França contra a proposta de reforma do Estatuto Ferroviário do atual presidente Emmanuel Macron.

Os ferroviários protestam contra a supressão do estatuto que garante o emprego dos novos trabalhadores contratados, contra o ataque à previdência e aos direitos dos trabalhadores, contra a abertura da concorrência ao serviço prestado pela companhia e contra a transformação da SNCF em sociedade anônima, o que abriria portas para a privatização no futuro.

O ataque à companhia pública motivou a Confederação Geral do Trabalho (CGT), o maior sindicato francês, a convocar uma convergência das lutas para defender a estatal.

A revolta conta o governo francês começa a ganhar força

O presidente, que assumiu em maio de 2017, impôs logo de início uma reforma trabalhista marcada por retrocessos aos direitos dos trabalhadores. Houve grande resistência do movimento sindical, com greves gerais e grandes atos públicos.

A greve dos trabalhadores ferroviários deste ano faz parte de uma nova onda de protestos contra o governo Macron, que já possui um calendário de ações que envolve os trabalhadores do setor de energia elétrica e gás.

Trabalhadores e jovens estão unidos contra os ataques do governo. Exemplo disso foi a paralisação dos funcionários do supermercado Carrefour, o maior empregador do país, no final de março.

A organização dos estudantes universitários, que começou em março deste ano contra a lei que pretende modificar o acesso à universidade, também tem ganhado força em todo o país.

Funcionários da Air France – pela quarta vez desde o fim de fevereiro – e garis também organizaram paralisações na terça-feira (3), em revolta às reformas do governo.

50 anos depois

Não é possível prever ainda o alcance desse novo levante do movimento sindical e social francês, mas neste ano de cinquentenário do “maio de 1968”, os franceses dão exemplo da força da classe trabalhadora.

Eles provam que somente com fortes mobilizações e trabalhadores organizados é possível enfrentar os avanços das políticas que pretendem desconstruir o Estado e as ações de proteção social.

Fonte: APUFPR-SSind


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