Governo só pensa “naquilo” e propõe reajuste de 5% aos servidores em ano eleitoral

19 de abril de 2022
Reajuste 5% governo federal

Como tem sido hábito no governo de Jair Bolsonaro, servidoras e servidores públicos federais foram surpreendidos negativamente, no dia 13 de abril, com o aviso de um suposto reajuste de 5% para todo o funcionalismo federal.

A intenção do governo é implementar essa medida a partir de 1º de julho. Ao mesmo tempo, o governo pretende promover uma série de cortes em outras áreas.

Mais uma vez, o governo Bolsonaro trata os servidores públicos federais sem respeito e dá as costas à negociação.

Vale lembrar que, no dia 18 de janeiro deste ano, o conjunto dos servidores apresentou uma pauta referente à campanha salarial de 2022, em contrapartida ao anúncio de que o governo desejava implementar reajustes apenas aos servidores federais ligados à segurança pública (curiosamente, onde ele acredita que terá mais apoio nas próximas eleições).

De forma arbitrária, Bolsonaro e sua equipe colocam na berlinda a vida dos servidores que, só no seu governo, sofreram uma defasagem salarial de 19,9% em relação à inflação no período.

Não podemos esquecer que, desde o início, esse governo vem se recusando a negociar. Pior: puniu todo o funcionalismo com um congelamento até o final de 2021, imposto pela Lei Complementar 173/220.

 

Ele só pensa “naquilo”

Jair Bolsonaro começou seu governo em 2018 com uma meta: as eleições de 2022.

Sem um projeto de país para conduzir uma das maiores economias do planeta, tudo o que ele fez foi aplicar algum tipo torpe de cálculo político pensando em como se reeleger (suas decisões escabrosas na pandemia foram fruto dessa ambição desmedida).

Depois de cometer vários crimes antes de sua posse, além dos crimes de responsabilidade e escândalos de corrupção em seu governo, ele agora tem uma outra preocupação: ficar sem o foro privilegiado que o cargo de presidente da República lhe concede.

Portanto, ele não parece disposto a enfrentar uma greve geral do funcionalismo federal às vésperas de seu tão aguardado pleito eleitoral. Ainda mais capengando nas pesquisas de intenção de voto, com chances de ser derrotado no primeiro turno.

Por essas e outras razões, o reajuste de 5% aos servidores federais pode não passa de mais um grande engodo desse governo que não tem nenhum compromisso com os serviços públicos e nem com a vida da população. O valor é menor do que a inflação estimada para o próximo período (em torno de 7,5%).

Diante desse descalabro, o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), que reivindica a reposição salarial de 19,9%, enviou, no dia 14 de abril, um ofício solicitando audiência com o Governo Federal. O pedido é direto: abrir espaço para as negociações.

Em qualquer ambiente democrático, este seria o caminho natural: dialogar e buscar o entendimento conjunto sobre o que é o melhor para o país. Mas no Brasil de Bolsonaro, o jogo não segue os ritos democráticos.

 

Nem a inflação…

Esse índice proposto pelo governo é, inclusive, insuficiente ao analisarmos as perdas acumuladas (de janeiro a março de 2022, por exemplo, a inflação acumulada chega a 3,20%). Além disso, a inflação deste ano deve ficar em torno de 7,5%.

Enquanto tenta agradar apenas aqueles que seriam (presumidamente) mais “alinhados”, o Bolsonaro segue debochando de quem vem impedindo que seu próprio governo destrua o país.

Fonte: APUFPR


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