Governo aplica corte bilionário nas universidades e na ciência

30 de maio de 2022
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Uma nova tragédia para a educação. É isso que representa o novo corte de recursos que o governo de Jair Bolsonaro pretende aplicar nos orçamentos da educação e da ciência brasileira.

Só o orçamento discricionário das universidades e institutos federais, do qual saem os recursos que cada instituição pode definir como utilizar (via de regra para gastos com bolsas e auxílio estudantil, contas de água e telefone, contratos de segurança, limpeza, manutenção etc) será reduzido em 14,5%: cerca de R$ 1 bilhão.

Na UFPR, o corte será de R$ 25,6 milhões. Isso significa que, novamente, nossa instituição terá dificuldades para manter suas atividades, pagar bolsas e outros compromissos primordiais para funcionamento da instituição.

Só que diferentemente de 2020 e 2021, quando a universidade já havia corrido riscos de fechar as portas, neste ano retomamos as atividades presenciais e, com isso, os gastos serão mais elevados do que nos dois anos anteriores.

Já na ciência, estima-se que o corte chegue perto de R$ 3 bilhões, piorando ainda mais um cenário que já era trágico. Só o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) perderia R$ 2,5 bilhões dos R$ 4,5 bilhões que estavam no orçamento.

 

Não é contingenciamento, é corte (e chantagem)

O Governo Federal anunciou o corte de R$ 14 bilhões no orçamento e apresentou várias justificativas, todas frágeis. Falou que precisa respeitar o teto de gastos. Depois soltou na imprensa que uma das razões seria garantir um reajuste salarial de 5% aos servidores públicos.

É uma chantagem típica de quem nunca demonstrou apreço pela educação pública e pela ciência de viés social.

Ao se referir aos supostos reajustes do funcionalismo, o governo se une com a velha mídia para espezinhar a reivindicação dos servidores, que estão com salários congelados há anos.

É um jogo calculado do governo pensando nas eleições de outubro. Tira recurso das universidades públicas, onde tem menos apoio do que na média da sociedade, para tentar conquistar votos no meio do funcionalismo mais amplo com uma proposta que não abarcaria ¼ da inflação no período.

Os cortes anunciados ficaram muito acima dos R$ 8,2 bilhões previstos no boletim de acompanhamento de receitas e despesas, divulgado há poucos dias pelo Ministério da Economia. Educação e saúde foram as áreas mais afetadas.

 

Oposição quer convocar ministros

Assim que tomou conhecimento dos cortes, a diretoria da APUFPR iniciou uma articulação junto a parlamentares de oposição, para tentar frear essa medida do governo Bolsonaro.

Hoje (30), o líder do PT na Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes (MG), informou que a bancada do partido vai protocolar requerimentos para convocar os ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Educação, Victor Godoy, para que eles prestem esclarecimentos sobre os cortes orçamentários.

Se as universidades e os institutos federais já seguiam na UTI, com esses novos cortes a situação só se agrava ainda mais. O governo Bolsonaro vai finalizar seu mandato como começou: atacando a educação e a ciência.

 

Fonte: APUFPR


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