Fim do Pibid e Residência Pedagógica: queda com efeito dominó na educação

lapisO Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) teve seu primeiro edital aberto em 2007. Já se passaram 10 anos de uma importante política nacional para a formação de professores. O Programa proporciona a vivência em escola públicas e educação básica para os estudantes de licenciatura, melhorando a prática pedagógica.

Cada professor em formação, na sua área de atuação, pode, com o Pibid, se sentir mais preparado para a sala de aula como ela realmente é, não apenas o mundo ideal discutido na universidade. Isso engrandece o estudante de licenciatura com a troca de conhecimento e prática profissional, ao mesmo tempo que dá espaço para a melhoria do ensino em escolas públicas que possuem baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Mas o Pibid vem sendo ameaçado nos últimos anos pelo governo Temer, que propõe medidas que apontam para o fim do programa que conhecemos hoje.

Segundo o Ministério da Educação (MEC), o Programa passará por uma fase de modernização intitulada Residência Pedagógica. E questionamos: Que tipo de modernização é essa que coloca professores em formação como docentes sem nenhuma supervisão? Por que acabar com um programa que comprovadamente funciona? Onde e como isso pode ajudar a educação do Brasil a evoluir?

Ao diminuir a oportunidade de aprimorar o conhecimento durante a formação de um professor, teremos um efeito dominó na educação: professores medianos, aulas medianas, ensino mediano, novos alunos medianos e um país inteiro com Ideb mediano.

E para quem se pergunta o que de fato é a Residência Pedagógica, a resposta é: ninguém sabe. Não foi apresentado um projeto completo para que possamos compreendê-la. E se desde o início nada é claro, questionamos mais uma vez: Quais são as chances de um resultado positivo?

Residência é pós-graduação! Não é formação de professores qualificados

O pró-reitor de Graduação e Educação Profissional, Eduardo Salles de Oliveira Barra, professor do Departamento de Filosofia, faz uma comparação entre o modelo de residência que conhecemos e a Residência Pedagógica que o MEC quer aplicar. Fica claro que, na residência médica, por exemplo, o curso é uma especialização feita após a conclusão da graduação.

Colocando estudantes de licenciatura para residir em uma sala de aula sem o acompanhamento de um professor supervisor, estamos apenas poupando dinheiro com a substituição do professor titular por um universitário. “Nesse caso, não há nenhuma contribuição para qualificar o professor em formação, além de influenciar negativamente o avanço da educação alcançado com o Pibid”, afirma.

Ainda que ele fique, o Pibid não terá o mesmo efeito de agora

Para a professora e representante do Departamento de Educação Física na Comissão Permanente do Pessoal Docente, Maria Regina Ferreira da Costa, ainda que continue, o Programa nunca mais será o mesmo, inclusive será tratado como um estágio, que é um momento da vida acadêmica, enquanto o Pibid é experiência na escola. “Estamos tristes porque o Pibid é fantástico, escola, alunos, professores e universitários foram modificados com ele. Mas, infelizmente, no Brasil não se investe em educação, o que significa empobrecer o futuro”, lamenta.


Fonte: APUFPR-SSind[/fusion_builder_column][/fusion_builder_row][/fusion_builder_container]


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