Estudantes ocupam prédio da UFPR contra terceirização e demissões no RU

12 de abril de 2018

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Estudantes da UFPR ocupam desde terça-feira (10) o prédio onde fica o Departamento de Licitações e Contratos (DLIC), na Reitoria. Eles pedem a recontratação imediata dos 16 funcionários terceirizados que trabalhavam no Restaurante Universitário (RU) e que recentemente foram demitidos, além de protestar contra a redução do quadro de funcionários terceirizados do RU e a sobrecarga de trabalho.

Outro ponto abordado pelos estudantes seria o desrespeito aos direitos dos trabalhadores, além do assédio moral a que os funcionários estariam sendo submetidos.

A ocupação é organizada pelo coletivo Frente de Apoio à Luta dos Trabalhadores Terceirizados (FALTT). Segundo os estudantes, os funcionários demitidos eram antigos no RU e estavam tomando a frente nas reivindicações por melhores condições de trabalho. Por isso, a FALTT acredita que as demissões tiveram cunho político.

Para o presidente da APUFPR-SSind, Herrmann Vinícius de Oliveira Muller, que esteve junto com outros diretores acompanhando a movimentação dos estudantes, essa mobilização traz à tona o debate sobre os problemas causados pela terceirização dentro das universidades públicas. “A terceirização colabora para a precarização dos serviços públicos e retira responsabilidades do Estado”, afirma.

Um dos problemas pode estar justamente no formato do contrato firmado este ano com a empresa Blumenauense, que administra os RUs. Antes feito por meio de cargos, ele passou a ser acordado por regime de serviços, ou seja, a empresa recebe pelo número de refeições e pode, conforme seu próprio entendimento, determinar a quantidade de funcionários que serão alocados em cada unidade.

Nesse tipo de contrato, é comum que as empresas reduzam seu quadro de funcionários para aumentar seus lucros, dessa forma, a universidade economiza; as empresas lucram, e quem sofre as consequências dessas mudanças são os funcionários terceirizados, que ou são demitidos, ou ficam com sobrecarga de trabalho.

Segundo o pró-reitor de administração da UFPR, Marco Antônio Ribas Cavalieri, em entrevista à BandNews, os quatro restaurantes da universidade tinham 209 funcionários em 2017. No início deste ano, a empresa reduziu esse número para 127 trabalhadores. Após uma reunião com a Administração da UFPR, a Blumenauense contratou cerca de 50 novos trabalhadores e, hoje, o quadro funcional conta com 180 profissionais.

“A universidade está o tempo todo fiscalizando o trabalho dessa empresa (…) e essa empresa tem toda a gerência do contrato dentro dela. O que a gente faz é justamente fiscalizar isso”, afirmou Cavalieri. Para a primeira-secretária da APUFPR-SSind, Marcia Marzagão Ribeiro, o problema precisa ser visto por uma ótica ainda mais profunda. Os cortes no orçamento das universidades públicas, que se intensificaram no governo de Michel Temer, estão estrangulando as instituições.

“Isso é fruto de uma política sistemática do Governo Federal, que pretende desmontar as universidades públicas”, afirma Marcia.

Fonte: APUFPR-SSind


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