Estudantes do curso de Enfermagem protestam contra a falta de docentes

13 de março de 2017

17191525_1292446154180663_588559702181654074_nO curso de Enfermagem da Universidade Federal do Paraná (UFPR) possui 272 alunos. Porém há apenas 33 docentes para ministrar toda a carga horária extensa do curso. Com a falta de professores, além da sobrecarga de trabalho para os profissionais, os alunos também estão sendo prejudicados.

Desde o início do primeiro semestre de 2017, algumas disciplinas do curso não estão sendo ofertadas, em razão da falta de docentes para ministrar aulas. Com isso, estudantes de diversos períodos estão sendo afetados.

Para exigir a contratação imediata de docentes, estudantes do curso realizaram, em 8 de março, um ato no pátio da Reitoria da Universidade.

“Estamos fazendo um ato porque precisamos de professores para o curso, uma vez que, por causa da aposentadoria e dos afastamentos de docentes, algumas disciplinas como Saúde do Adulto, Saúde Coletiva e Saúde e Sociedade e Meio Ambiente não tiveram todas as turmas abertas para comportar a demanda dos alunos”, explicou o estudante de Enfermagem Péliclis Nunes.

De acordo com ele, alunos e docentes têm cobrado da Administração da Universidade, desde a gestão do ex-reitor Zaki Akel Sobrinho, a contratação de professores substitutos para solucionar os problemas de forma imediata, além da realização de um concurso público para suprir a demanda.

17103827_1292445297514082_7914738136324072020_n“Temos 14 professores que estão para se aposentar, precisamos que os alunos tenham suas matrículas garantidas no próximo semestre mesmo com mais esse desfalque”, explicou Nunes.

Segundo a estudante de Enfermagem Andressa Kachel Chemin, algumas disciplinas ofertaram bem menos vagas do que a quantidade de alunos.

“Nossa turma está sofrendo diretamente com a falta de vagas. A disciplina de Saúde Coletiva teve apenas sete vagas disponibilizadas, sendo que nossa turma tem 25 alunos”, relatou a estudante.

Situação dos docentes

Para a docente do Departamento de Enfermagem Sandra Alessi, seria necessário o dobro de docentes para o curso, já que há uma extensa carga horária e muitas aulas práticas.

“Sempre tivemos uma precarização de professores no curso, mas agora está pior, porque não tem contratação, por causa das medidas do governo federal. Aqueles docentes que se aposentam deixam uma vaga que nunca é preenchida”, contou Alessi.

“Nós estamos com uma carga horária muito alta, que compromete todas as outras atividades na Universidade. Eu tenho, em média, 16 horas-aula desde o ano passado, e a situação nos próximos semestres só tende a piorar”, completou a docente.

17191536_1292444344180844_90408274796453552_nPosição da Reitoria

De acordo com o chefe de Gabinete da Reitoria, Paulo Ricardo Opuszka, no início da manifestação, a administração da Universidade chamou os estudantes para o diálogo.

Segundo Opuszka, o curso de Enfermagem tem tido um aumento na demanda de alunos, apesar de a estrutura continuar a mesma. O chefe de Gabinete também lembrou que os docentes em licença médica têm um tratamento diferente daqueles que estão se aposentando, uma vez que a vaga não fica em aberto.

Entretanto, a Reitoria da Universidade se comprometeu a rever a forma de distribuição de vagas e a priorizar o curso de Enfermagem. Para disponibilizar a oferta imediata de cursos, Opuszka afirmou que a administração buscará apoio da direção do Setor de Saúde para que outros docentes possam auxiliar no curso em um primeiro momento.

O chefe de Gabinete da Reitoria disse que o reitor Ricardo Marcelo Fonseca está dialogando com os estudantes, para resolver a situação o mais breve possível. “Se ocorreu uma manifestação, é porque o caminho do diálogo não estava funcionando”, finalizou.

Fonte: APUFPR-SSind


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