Estudante com paralisia cerebral defende dissertação na UFPR

6 de março de 2018

O estudo “Deficiência física neuromotora: um estudo das políticas e seus desdobramentos na educação infantil” entrou para a história do Setor de Educação da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Foi a primeira vez que um estudante da pós-graduação com paralisia cerebral defendeu uma dissertação de mestrado no setor. Em 1991, o advogado Luiz Marlo de Barros Silva, havia sido o primeiro estudante com paralisia cerebral a defender uma dissertação na universidade paranaense.

O trabalho é do macapense Claudovil Barroso Junior, professor da rede estadual de ensino do estado do Amapá, que entrou para o Programa de Pós-graduação em Educação no ano de 2016. A pesquisa revelou que há uma má compreensão da condição da pessoa com este tipo de deficiência, o que resulta em politicas de inclusão mal orientadas.

Segundo Claudovil, as práticas de inclusão têm um foco muito grande na deficiência, o que prejudica o desenvolvimento do indivíduo. “Observa-se que a maioria dos discursos teóricos sobre a educação da pessoa com deficiência física neuromotora/paralisia cerebral ainda se encontra aliada à concepção clínico-terapêutica”, revela o pesquisador.

Claudovil, que também é professor de educação especial, explica que é preciso ter uma concepção mais ampla da inclusão. Segundo ele, é necessário ver o estudante “como uma pessoa que tem potencialidades a desenvolver e aperfeiçoar, mediante constantes estímulos fundamentados na pedagogia da inclusão, com a intenção de romper as amarras sociais para conquistar o direito de ser, estar e querer viver sua diferença”.

A experiência de vida e sua trajetória profissional foram marcantes para a escolha do tema e também ajudaram a subsidiar o trabalho. O foco da pesquisa foram as políticas de inclusão na educação básica das cidades de Colombo e de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Pesquisando casos específicos de crianças que sofrem com a condição, descobriu que enquanto em Pinhais há uma política mais acertada, em Colombo o modelo de inclusão tende a prejudicar os estudantes.

Edição de ANDES-SN com imagem de UFPR.

Fonte: ANDES-SN


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