Especialistas defendem pauta comum do Mercosul para negociar com a União Europeia

Em mais uma audiência pública do ciclo de debates sobre o Brasil e a Ordem Internacional,  os professores de Relações Internacionais Alcides Costa Vaz, da  UnB e  Gleisse Ribeiro Alves, do UniCEUB, chamaram a atenção para a necessidade de o Brasil e seus parceiros do Mercosul unificarem suas pautas de negociações junto à União Europeia.
A professora Gleisse Alves lembrou que não se consegue fechar um acordo em bloco se o bloco não está unido. Segundo ela, países como a Índia tomaram posições de estado para suas negociações internacionais e o Brasil deve fazer o mesmo.
— Temos de criar uma identidade para ter o que negociar com a União Europeia. Agricultura é o nosso carro-chefe? Então vamos negociar agricultura. Os países europeus sabem o que querem. Temos de definir o que queremos — frisou.
Na mesma linha, o professor Alcides Vaz defendeu a necessidade de se estabelecer bases permanentes de pontos de negociação que passem de governo para governo. Ele afirmou que os países sócios do Mercosul mudam várias vezes seus pontos de negociação e atrasam o processo.
— Em março de 2010 estive em uma série de reuniões em Bruxelas, com a expectativa de um clima de agora vai. Só que estamos em 2018 e o Brasil e o Mercosul não avançam — mencionou.
Alcides concluiu afirmando que os ventos liberalizantes do comércio não estão mais soprando como antes, o que torna muito importante o Brasil nortear de vez as bases de sua negociação com os diversos blocos e países.
A senadora Ana Amélia (PP-RS), que presidiu a audiência, lembrou que na década de 1980 se chegou a falar em ser criada uma moeda comum aos membros do Mercosul.
— Em 1995 os governos brasileiro, argentino, paraguaio e uruguaio anunciaram o início das negociações do bloco do Mercosul com a união Europeia.  Mas, as mudanças políticas e econômicas dos países membros do bloco terminaram atrasando essas negociações, que se arrastam sem conclusão — disse.
A senadora encerrou a reunião propondo a criação de pontes, ao contrário das barreiras que alguns governos passaram a defender.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)


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