Enquanto docentes são desvalorizados, militares recebem cada vez mais privilégios

12 de abril de 2019

Enquanto repete a retórica de “acabar com privilégios”, o Governo Federal afirmou que os militares serão a única categoria do serviço público que será autorizada a ter reajustes salariais previstos no orçamento para o próximo ano.
O texto da proposta irá atuar em consonância com a Reforma da Previdência criada especialmente para as Forças Armadas, que é muito mais branda de que a que afetará o restante da população.
O modelo de aposentadoria proposto para os militares veio acompanhado por uma série de afagos, incluindo majorações de salário e a criação de gratificações e adicionais, que são sugeridos como uma compensação pelas mudanças nas regras para se aposentar. Estima-se que por causa desses penduricalhos, o governo economizaria apenas R$ 10 bilhões em 10 anos, equivalente a 1% do que o governo promete deixar de gastar com a previdência dos civis.
Em troca da Reforma que está sendo empurrada para os civis, o governo oferece o plano de flexibilizar ainda mais a legislação trabalhista — por meio da já anunciada carteira de trabalho “verde e amarela”, e nenhuma solução diante do aumento do número de desempregados, que já atinge mais de 13 milhões de pessoas e é o maior em 7 anos em pelo menos 13 capitais, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);
Ao mesmo tempo em que são agraciados com benefícios e mais espaço no governo, os militares protagonizam cenas de violência, como o fuzilamento do músico Evaldo Rosa, no Rio de Janeiro, que não foi sequer mencionado nas redes sociais do presidente. Já o ministro da Justiça, Sérgio Moro, se limitou a classificar a execução covarde como um mero “incidente”.
O episódio não foi um caso isolado. Sob intervenção militar, o estado do Rio de Janeiro registrou o maior número de mortos durante operações em 16 anos, com 1.444 vítimas, de acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP).
Docentes desvalorizados
Convivendo cada vez mais com ataques de políticos e grupos extremistas, os professores das IES públicas federais compõem um dos grupos mais afetados pela desvalorização do funcionalismo público.
Nos últimos tempos, os docentes vêm sendo bombardeados pelos cortes das funções gratificadas e dos adicionais noturnos e de insalubridade. A categoria também sofre com a ameaça de que parte dos seus salários sejam corroídos por alíquotas extraordinárias impostas pela Reforma da Previdência, e com a precarização resultante da falta de concursos públicos, da perseguição ideológica e dos cortes orçamentários nas universidades.
É cada vez mais evidente que o discurso contra privilégios do atual governo é, na verdade, um projeto para retirar direitos enquanto se concede benesses para determinados grupos.
Fonte: APUFPR


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