Encontro da Classe Trabalhadora das Américas encerra em São Paulo

A Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas (RSISL), da qual a CSP-Conlutas faz parte, organizou em São Paulo (SP) na segunda e terça-feira (16 e 17), o 1º Encontro da Classe Trabalhadora das Américas. O evento reuniu quase cem pessoas de diversos países da América Latina, além de delegações da África e da Europa.

A mesa de abertura do encontro teve a participação de Judith Calderón, jornalista do México demitida do diário La Jornada após greve, de Misael Oliver Jiménez Vera, delegado de base do Sindicato dos Eletricitários do Paraguai (SintrAnde), e de Alexandre Galvão, secretário-geral do ANDES-SN. A mesa debateu os ataques vivenciados pelos trabalhadores das várias nações representadas.

As intervenções dos delegados de diversos países também revelaram situações em comum e as ofensivas semelhantes vindas de governos neoliberais, do imperialismo e dos patrões. As organizações e os governos que agem como conciliadores de classe também foram apontados nos vários relatos. No mesmo dia, também foram realizados grupos de discussão temáticos, que se dividiram em trabalhadores da indústria, da mineração, petroleiros, dos Correios, de transportes, da educação, do funcionalismo público e de movimentos populares.

No segundo dia, uma mesa avaliou o governo de Donald Trump, presidente dos EUA, e as consequências de sua política para os latino-americanos. Na sequência, os ativistas se reuniram em setoriais temáticos. As discussões se deram sobre Mulheres, Combate ao Racismo, Imigrantes, LGBTT e Criminalização dos Movimentos Sociais. Os diversos grupos construíram moções e sugestões de campanhas internacionais, que em breve serão publicadas no site da RSISL.  Ao fim do encontro, um manifesto foi lido e aplaudido pelos lutadores de 17 delegações internacionais.

As delegações também visitaram o bairro de Jaraguá, na zona sul da capital paulista. Lá, eles conheceram a aldeia indígena guarani e a Ocupação Esperança. A juventude brasileira e chilena presente no encontro realizou também uma manifestação em frente ao consulado chileno, na manhã desta quarta-feira (18). O ato se deu contra a Reforma Educacional da presidente Michelle Bachelet. Os movimentos estudantis têm tomado as ruas no Chile em manifestações contrárias às medidas do governo.

Avaliação

Alexandre Galvão, secretário-geral do ANDES-SN, esteve presente no encontro e o avaliou positivamente. De acordo com o docente, o objetivo inicial do encontro era fortalecer a participação de sindicatos do continente e a relação entre os trabalhadores dos países latino-americanos, o que foi cumprido.

“Percebemos, no setorial internacional da CSP-Conlutas, que os encontros anteriores da Rede, a participação de sindicatos da América Latina era muito frágil. Foi importante ter o painel da situação latino-americana, dos ataques realizados contra a classe trabalhadora, percebendo que em todos os países do continente a classe trabalhadora vem sofrendo ataques”, ressalta.

“Discutimos também a situação da educação, dos transportes, da indústria, da luta contra as opressões em grupos setoriais e depois um painel sobre Trump e América Latina, no qual foi feita a avaliação da política de Trump, que ataca, na lógica do imperialismo, a classe trabalhadora de forma violenta por meio de uma política xenófoba, racista e machista. Avaliamos também as formas de resistência a essa espécie de governos”, completa Alexandre Galvão.

O diretor do ANDES-SN conclui ressaltando a importância do encontro, e a necessidade de preparação, desde já, dos sindicatos para participação no 3º Encontro da Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas, que será realizado em Madrid, capital do Estado Espanhol, em 2019. “O encontro foi muito positivo, reuniu um grande número de delegações e o objetivo de fortalecer a Rede na América Latina foi alcançado. Isso reforça o caráter internacionalista da CSP-Conlutas e demonstra o nosso comprometimento com a luta dos trabalhadores em todo o mundo”, diz Galvão.

Com informações e imagens de CSP-Conlutas e Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas.

Fonte: ANDES-SN


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