Em Palotina (PR), PM realiza ação abusiva contra universitários

22 de fevereiro de 2019

Na noite do dia 17 de fevereiro, por volta das 22h, estudantes em confraternização de retorno às aulas, frente ao campus da UFPR, em Palotina, região Oeste do Paraná, denunciam agressão, abordagem truculenta, prisões e quebra de celulares por parte de policiais instalados em três viaturas da Polícia Militar na região.

Em vídeo realizado por testemunhas do fato, atesta-se que houve ataque contra os estudantes. Além disso, um dos vídeos mostra que a PM masculina realizou revista em uma mulher, que também passou por xingamentos e hostilidade.

De acordo com os estudantes entrevistados pelo Brasil de Fato, já no início da abordagem os policiais aceleraram, diversas vezes, os veículos para cima da multidão, em forma de ameaça, enquanto ordenavam que todos encerrassem a festa. Os estudantes, obedecendo à ordem policial, passaram a se dispersar. Porém, os policiais voltaram a agredi-los.

Um dos estudantes, ao levar diversos golpes de cassetete nas pernas, teve o celular completamente destruído. Este mesmo jovem, ao lado de outros, ficou detido na delegacia e um deles foi liberado apenas no dia seguinte. Ao serem levados para a delegacia, os estudantes não foram informados da razão da detenção e nem lhes foi dado o direito de ligarem para familiares ou advogados.

Ainda de acordo com relatos, ao menos três estudantes mulheres também foram agredidas, sendo que duas delas dentro da própria casa. Os relatos afirmam que, ao menos, três policiais invadiram uma residência para obrigar uma estudante a apagar a filmagem da abordagem policial no local.

Professores se manifestam

A Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APPUF-PR) disponibilizou o apoio jurídico necessário aos estudantes, de acordo com o professor Cássio Alves, diretor de Imprensa da entidade. “Essa confraternização dos estudantes não justifica esse tipo de ação policial. Ela foi completamente contra qualquer direito fundamental, os policiais não fizeram qualquer tipo de conversa ou tentativa de conter a situação de um modo amigável. E já iniciaram um procedimento de violência”, denuncia.

Até o fechamento dessa edição, a redação não recebeu o posicionamento oficial da PM sobre o acontecimento.
Fonte: Brasil de Fato


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