Em audiência na Câmara dos Deputados, APUFPR denuncia cortes na ciência

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A vice-presidente da APUFPR, Andréa Stinghen, esteve na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (2) para denunciar os impactos dos cortes realizados pelo governo de Jair Bolsonaro nos orçamentos da ciência e da educação.

Representando o Observatório do Conhecimento (do qual nosso sindicato faz parte), Andréa fez um pronunciamento firme durante uma audiência pública extraordinária da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços, que teve o tema “A situação do financiamento à ciência e tecnologia no Brasil”.

Na audiência, convocada pelo deputado Zé Neto (PT-BA), também participaram integrantes do governo e de organizações da sociedade civil.

“Estamos falando do futuro de um país”

Andréa iniciou sua fala criticando as intervenções anteriores feitas pelos representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Capes, que tentaram florear o debate e minimizar os cortes orçamentários realizados durante todo o governo Bolsonaro.

Como destacou a vice-presidente da APUFPR, o Brasil teve uma redução de R$ 83 bilhões no orçamento do conhecimento nos últimos anos, com valores que podem chegar até a R$ 100 bilhões ao final de 2022.

Ela relembrou aos governistas os novos cortes, anunciados na semana passada, que retiraram recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (R$ 3 bilhões, principalmente do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o FNDCT) e do Ministério da Educação (MEC), que perdeu R$ 3,2 bilhões, sendo que R$ 1 bilhão cortado seria usado para gastos do dia a dia, como limpeza, segurança, e contas de água e luz.

“Estamos falando do futuro de um país”, prosseguiu Stinghen, afirmando que o Brasil está sendo asfixiado, sobretudo por conta Teto de Gastos (EC 95), “que colocou o país, em termos de educação e saúde, em uma situação de total penúria”.

Brasil optou pelo sucateamento

Desmontando a fala demagógica do representante do MCTI, que havia comentado sobre a pandemia de Covid-19, Andréa lembrou que o governo optou por não investir em pesquisas essenciais para tirar o Brasil da crise sanitária.

“Vamos lembrar que só enfrentamos a pandemia por causa do SUS e das universidades”, prosseguiu, destacando, inclusive, os projetos de produção de vacinas que estão em andamento em universidades como UFPR, UFMG e UFC, e que só não foram plenamente realizados porque o governo Bolsonaro não investiu os recursos necessários.

Ela ainda questionou: “O Brasil optou pelo sucateamento da ciência e tecnologia, o que nos joga 30 anos para trás. Vamos virar um fazendão de commodities para servir aos países ricos?”.

“Peço aos parlamentares que lutem pela ciência brasileira. Precisamos de um projeto de país e esse projeto passa pela ciência, pela tecnologia e pela educação”, concluiu nossa vice-presidente.

 

Articulação

Mais cedo, Andréa e a professora Mayra Goulart, vice-presidente da AdUFRJ, conversaram com o deputado federal Professor Israel (PSB-DF) sobre os cortes em educação, ciência e tecnologia.

Professor Israel é líder da Frente Parlamentar da Educação.

 

Fonte: APUFPR


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