ELEIÇÕES ANDES-SN: CHAPAS NA DISPUTA, ENTREVISTA COM A CHAPA 2

4 de maio de 2018

20180418_Debate Chapas Andes JORNAL-3

Celi Taff arel, candidata à presidência pela chapa 2 (Renova ANDES-SN), é natural de Santa Rosa, Rio Grande do Sul, e tem 66 anos. Hoje, leciona na Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e, no movimento sindical docente, já assumiu as posições de vice-presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (1998-1999), de terceira-tesoureira do ANDES-SN (2000-2002) e de secretária-geral do ANDES-SN (2002-2004). A seu lado, no triunvirato da chapa, estão a professora Lurdinha Nunes (ADUFPI) no cargo de secretária-geral e Everaldo Andrade (Adusp), como primeiro-tesoureiro.

1. RECENTEMENTE DIVERSOS PROFESSORES(AS) TIVERAM SUA LIBERDADE E ATIVIDADE, DENTRO DOS ESPAÇOS DA UNIVERSIDADE, CERCEADOS. DE CERTA FORMA, FORAM PENALIZADOS POR EXERCEREM A PROFISSÃO, AO PROPOR QUESTIONAMENTOS E NOVAS SOLUÇÕES PARA O BRASIL E PARA O MUNDO. CASO A CHAPA 2 SEJA ELEITA, QUAL SERÁ A POSTURA DA DIRETORIA EM RELAÇÃO A ESSA ONDA DE INTOLERÂNCIA?Estes atentados à autonomia e à liberdade de cátedra se intensificaram com o golpe de 2016, com a violação de campi pelo MPF e PF, sob beneplácito da Justiça, nas condenações prévias de gestores e professores (UFSC, UFMG) e se desdobraram na interferência na oferta de disciplinas. Nosso sindicato teve muita dificuldade de reagir por negar o golpe. Não houve reação na invasão da UFSC, a não ser depois da morte do Reitor, e precisou de 30 horas para condenar a invasão da UFMG. No 37º Congresso, foi preciso uma votação dividida para que se condenasse as ações da PF. Ali, apresentamos um TR afirmando que um dos objetivos do Golpe era o cerceamento da liberdade e a desmoralização das IES, o que se generalizou. Não são poucos os ataques da Escola sem Partido e dos próprios MPs, que coagem professores e reitores. Sob gestão da Chapa 2, que sempre reconheceu o golpe, combinaremos iniciativas de mobilização e ação de unitária contra os grupos fascistas e contra as instituições do golpe que os encobrem, quando não agem diretamente contra a autonomia e a liberdade.

2.0 QUAL SERÁ, NA SUA AVALIAÇÃO, O PRINCIPAL DESAFIO PARA A PRÓXIMA DIRETORIA QUE TOMAR POSSE DO ANDES-SN?
2.1 QUAIS SÃO AS ESTRATÉGIAS DA SUA CHAPA PARA SUPERAR ESSES DESAFIOS?
O primeiro desafio é a defesa da democracia materializada na luta pela liberdade de Lula, prisioneiro político. Sem a derrota do golpe e de seu governo, será difícil barrar a ofensiva sobre as IES públicas (recomendações do BM, 2017). Neste sentido, a Chapa 2 emitiu Carta Aberta aos docentes propondo a construção de comitês em defesa da democracia e por Lula Livre. É preciso que o ANDES-SN se reinsira na categoria. O sindicato se afastou da base, o que exige um esforço para atrair os docentes para as assembleias e tornar congressos e Conads sintonizados com a categoria. Ao lado disso, é preciso dedicar tempo à pauta sindical específica: lutar por um índice de reajuste (campanha salarial), pela carreira, para além de repisar o Caderno 2, transformando seus princípios em reivindicações. A divisão da categoria, (surgimento do Proifes e de sindicatos estaduais, vários sem relação com as entidades nacionais, mas também a ideia de que o sindicato “se constrói se depurando” é um obstáculo. Não podemos mais fazer eventos adequados aos “iniciados”, com plenárias que varam a madrugada, com quórum duvidoso, para as quais são empurradas as principais questões de um congresso sindical, o salário e a carreira. Em suma, é necessário em primeiro lugar reconhecer que o esvaziamento do sindicato e o afastamento da base não são produto da natureza, mas um problema a se superar.

3. TENDO EM VISTA A SEQUÊNCIA DE CORTES DE VERBA NA EDUCAÇÃO E NAS IES, AMEAÇAS E FIM DE DIVERSOS PROGRAMAS, APROVAÇÃO DA EC 95/2016 – QUE LIMITA NOVOS INVESTIMENTOS NA EDUCAÇÃO E OUTROS SETORES – E DEMAIS CORTES, QUAL É A SUA AVALIAÇÃO SOBRE O PAPEL DO ANDES-SN DENTRO DESSE CONTEXTO, NA LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS?
Não temos alternativa senão a de encetar uma luta pela revogação das medidas destrutivas do governo golpista, especialmente a EC 95. O enfrentamento desta questão deve ensejar uma ampla unidade, onde o ANDES-SN deve ser fator ativo, entre docentes e o grosso do movimento sindical, popular e juvenil, pois a EC 95 diz respeito ao conjunto da nação. A preservação das IES públicas passa por retomar a luta salarial, pela carreira, pela defesa dos programas, bolsas, financiamento da pesquisa, mas também pela recuperação da capacidade do ANDES-SN, perdida em anos de isolacionismo, de ser fator de congregação do movimento.

4. NA SUA AVALIAÇÃO, QUAL É A PROPOSTA “CARRO-CHEFE” DA SUA CHAPA?
A luta contra o golpe e contra o ajuste fiscal (EC 95), recuperando o ANDES-SN como sindicato de todo e todas docentes.

Fonte: APUFPR-SSind


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