Docentes da UEPB entram em greve nesta quarta-feira (12)

Paralisação tem como pauta a reposição salarial de 23%, progressões na carreira e cumprimento do orçamento da instituição. Em várias regiões do país, a categoria docente está mobilizada contra o desmonte das universidades estaduais

Os docentes da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira (12). A decisão foi tomada em assembleia geral, realizada na última semana, em Campina Grande. Foi constituído um Comando de Greve, com a participação de professores de vários campi, que contará também com representação do Diretório Central dos Estudantes (DCE-UEPB).
O presidente da Associação dos Docentes da UEPB – Seção Sindical do ANDES-SN (Aduepb SSind.), Nelson Júnior, explica que os principais motivos da deflagração da greve são a reposição de perdas salariais de 23,61%, o descongelamento das progressões de carreira, a derrubada da portaria da reitoria (246/2017) que determinou cortes de custeio e investimentos, o cumprimento pelo governo do estado do orçamento integral da UEPB para 2017 e abertura do diálogo com a categoria sobre a crise orçamentária da universidade.
Nelson Júnior ressaltou que os problemas da UEPB foram agravados com o corte do orçamento da instituição realizado pelo governo do estado. “A universidade aprovou um orçamento de R$ 410 milhões e enviou para o Governo do Estado, que encaminhou para a Assembleia Legislativa um orçamento de R$ 317 milhões e, para surpresa de todos ocorreu um novo corte de R$ 27 milhões, que deixou o orçamento a ser executado menor que o de 2016. Para se adequar a isto, a Reitoria determinou um pacote de cortes de vagas, demissão de professores substitutos e técnico-administrativos terceirizados e redução de verbas de custeio, que reduzirão o tamanho da universidade”, explica.
Também na assembleia, os professores da UEPB decidiram apoiar a greve geral do dia 28 de abril, que está sendo convocada pelas centrais sindicais do país, contra as contrarreformas da previdência, trabalhista e contra a lei da terceirização.
Uerj
Os docentes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro seguem também na luta em defesa da Uerj. Nessa segunda-feira, realizaram assembleia na qual rejeitaram a deflagração da greve, e deliberaram pela manutenção do estado de greve. Foi decidido ainda questionar o posicionamento da reitoria em retomar as atividades da universidade, sem que as condições de funcionamento fossem reestabelecidas.
Docentes e técnico-administrativos estão há dois meses sem salários e sem o 13º de 2016, não havendo sequer um calendário de pagamento desses atrasados e dos próximos salários. Além disso, todas as bolsas estão em atraso desde janeiro, inclusive as que garantem a permanência dos estudantes ingressantes pelas políticas de cotas da Uerj.
Os professores também aprovaram um novo calendário de mobilização, que teve início na manhã desta terça, com a paralisação de 24 horas, e aula pública em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo do estado. Os docentes da Uerj também estiveram presentes em audiência pública na Assembleia Legislativa do estado sobre a crise orçamentária no Rio de Janeiro.

Paraná

Nessa terça (11), os docentes das universidades estaduais do Paraná também realizaram um dia de mobilização e luta em defesa das Instituições Estaduais de Ensino Superior (Iees) paranaenses, contra o desmonte e sucateamento das Iees e contra a precarização das condições de trabalho.
No final de março, o governador Beto Richa anunciou novos ataques às universidades estaduais do Paraná como cortes nas verbas de custeio, suspensão de progressões e promoções, além de transformar o pagamento do regime de Dedicação Exclusiva em gratificação.

Fonte: ANDES-SN com informações da Aduepb SSind., Asduerj SSind e Sindunespar SSind


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