Docentes colombianos estão em greve há um mês por melhores condições de trabalho

Cerca de 300 mil docentes estão parados há 30 dias

Cerca de 300 mil professores colombianos completaram, nesse domingo (11), um mês de greve por reajuste salarial e melhores condições de trabalho. Os docentes pedem um aumento fixo de 42%, a ser distribuído pelos próximos dez anos.

O presidente da Federação Colombiana de Trabalhadores da Educação (Fecode), Carlos Rivas, reforçou que a greve de professores não é só pelo aumento salarial, mas também pela melhoria das instituições e pela qualidade da educação.

Rivas indicou que “se fosse só por assuntos salariais, já teríamos decretado o final da greve.” Além disso, apontou que a Fecode voltará para as mesas de negociação quando não houver mais mediadores e quando o governo se dispuser a falar sobre a situação da educação no país.

“Não é só uma questão salarial. Nós estamos exigindo alimentação, transporte e infraestrutura para as crianças. Lutamos pela qualidade da educação na Colômbia”, afirmou, a meios de imprensa locais, Carlos Rivas, presidente da Federação Colombiana de Educadores.

O governo de Juan Manuel Santos diz que não pode atender ao pleito. A ministra de Educação, Yaneth Giha, anunciou na semana passada que os professores terão um reajuste salarial de 8,75% neste ano, dois pontos acima dos outros servidores públicos.

“O governo ainda precisa resolver muitos problemas. A luta é por educação, por alimentação de qualidade para as crianças, por boas escolas, e não só pelo salário”, insistiu o presidente da Fecode.

Violência

Desde o início do movimento, houve várias manifestações, na capital e em outras cidades da Colômbia. Na última quinta-feira (8), policiais reprimiram um protesto em Bogotá com canhões de água e gás lacrimogêneo.

A Fecode também enviou uma carta ao governo do presidente Juan Manuel Santos e a outros órgãos de controle e justiça para exigir que o assassinato e o desaparecimento de professores nos últimos dias no país sejam investigados.

Na carta, a organização informa que os disparos com arma de fogo aconteceram quando os professores estavam em sala de aula. “Enquanto os professores e toda a comunidade escolar protestavam para exigir melhores condições de trabalho e educação pública de qualidade, na zona rural do município de Puerto Escondido, em Córdoba, Washington Cedeño Otero, que trabalhava há 20 anos como professor do ensino fundamental, na escola Sabalito Arriba, era assassinado”, afirmou a associação de professores em um comunicado.

Em outro município, um professor foi alvo de um disparo e está internado em estado grave. A federação de professores também informou que uma professora segue desaparecida.

A Fecode espera um esclarecimento das autoridades sobre estes crimes, para saber se eles estão relacionados com a greve de professores que já completou trinta dias.

*Com informações da Telesur e OperaMundi. 

Fonte: ANDES-SN


BOLETIM ELETRÔNICO


REDES SOCIAIS