Disciplina sobre o golpe de 2016 na UnB é censurada pelo governo Temer

22 de fevereiro de 2018

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A APUFPR-SSind repudia a tentativa de censura do governo Temer e do ministro da Educação, Mendonça Filho, sobre a oferta da disciplina “O golpe de 2016 e o futuro da democracia”, do Instituto de Ciência Política (Ipol) da Universidade de Brasília (UnB).

O curso, que tem previsão para começar no dia 5 de março, será ministrado pelo professor Luis Felipe Miguel e trata, em resumo, do “ataque às liberdades e à democracia” e da “agenda de retrocesso” no governo Temer.

Ao tomar conhecimento da disciplina da UnB, o presidente golpista acionou o aparato ideológico de repressão do Estado. Com tons de ameaça, Mendonça Filho disse que vai recorrer à Advocacia-Geral da União (AGU), ao Tribunal de Contas da União (TCU), à Controladoria-Geral da União (CGU) e ao Ministério Público Federal (MPF) para que seja apurada “improbidade administrativa” por parte dos responsáveis pela criação da disciplina.

Não é papel do Ministério da Educação (MEC), contudo, questionar e muito menos se ocupar do conteúdo dos cursos das universidades. Isso fere a autonomia das instituições de ensino superior e reforça o poder censório do Estado, o que pode impedir levantamentos críticos sobre políticas públicas ou investigações científicas que discordem de orientações de governo.

“Não é democrático porque é uma ação autoritária e é perigoso para a sociedade, pois atrapalha o desenvolvimento da ciência. A perseguição às universidades públicas do país tem sido feita de maneira sistemática pelo governo. Vivemos tempos obscuros”, acrescenta o presidente da APUFPR-SSind, Herrmann Vinícius de Oliveira Muller.

Procura aumentou

Após a censura, as demonstrações de interesse pela disciplina cresceram muito. Estão sendo ofertadas 50 vagas. A disciplina, neste semestre letivo, é aberta a todos os alunos da graduação.

Fonte: APUFPR-SSind


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