DIREITO DE RESPOSTA: Nota PROGRAD sobre matéria veiculada em 4 de maio

7 de maio de 2018

A propósito da matéria “Prograd muda de posição e sugere adesão ao Programa de Residência Pedagógica”, publicada no site da APUFPR (https://apufpr.org.br/prograd-muda-de-posicao-e-sugere-adesao-ao-programa-de-residencia-pedagogica/), em 04 de maio de 2018, a Pró-Reitoria de Graduação e Educação Profissional da Universidade Federal do Paraná tem o seguinte a considerar e esclarecer:

1) Sempre estivemos à disposição dos redatores do site da APUFPR para todo tipo de esclarecimento sobre quaisquer ações ou programas mantidos pela ou concernidos à PROGRAD. Portanto, fomos surpreendidos com a publicação da referida matéria, porque não fomos previamente procurados e, assim, não tivemos a oportunidade de oferecer o contraditório aos questionamentos levantados, como é regra na vida universitária e na boa imprensa;

2) Inicialmente, mesmo discordando dos termos empregados pela reportagem, deve-se dizer que não houve mudança de posição da PROGRAD. No momento em que se anunciava a Residência Pedagógica (ainda sem nenhum documento oficial) como o substituto do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência), a PROGRAD se alinhou ao Fórum dos Coordenadores Institucionais do PIBID em defesa deste programa e contra qualquer outro – seja qual fosse – que se propusesse como seu substituto. Nossa posição era essencialmente institucional. Defendíamos a continuidade de um programa bem-estruturado e bem-sucedido. Com a manutenção parcial do PIBID e a criação oficial do Programa Residência Pedagógica (PRP), obviamente não nos caberia manter as mesmas posições de outrora. Não perceber isso seria incorrer num trágico equívoco; o equívoco daqueles que desejam jogar sempre o mesmo jogo quando é nítido a todos que os objetivos e as regras se alteraram radicalmente;

3) Todavia, de modo geral, seria da mesma forma um equívoco supor que cabe à PROGRAD ter posições próprias sobre assuntos de competência de qualquer instância colegiada. A adesão ou não a um programa de âmbito institucional, se não for objeto de um consenso generalizado na Universidade, é uma decisão que cabe exclusivamente ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE). No caso específico do PRP, o CEPE não foi solicitado a deliberar, porque nenhuma coordenação de curso manifestou a tempo interesse em aderir ao programa nem nenhuma proposta de recusa institucional ao programa foi apresentada nestes termos. Houve diversas manifestações isoladas ou coletivas contrárias à adesão, mas nenhuma foi submetida ao CEPE como uma proposta de alcance institucional;

4) As diversas manifestações de vários segmentos universitários – incialmente, o CEALI (Centro de Articulação das Licenciaturas) do Setor de Educação e, em seguida, diversas coordenações de cursos, além dos representantes dos estudantes, todos unanimemente contrários à participação no PRP – e as discussões que desencadearam foi, a nosso ver, um fato de grande relevância e de auspiciosas consequências. É lamentável que esse fato não tenha chamado tanto a atenção dos redatores do site da APUFPR, que resolveram dar mais destaque à suposta “posição” da PROGRAD do que à variedade e relevância das posições de tantos outros agentes;

5) A única posição que nos pareceu efetivamente caber à PROGRAD seria, então, a de zelar pelo interesse da instituição e pela qualidade dos seus debates internos. Se havia uma decisão a ser tomada, caberia à PROGRAD não apenas corroborar o ponto de vista majoritário, mas estar atenta e dar ciência a todos de qualquer mudança que pudesse acarretar uma revisão dos pontos de vista em jogo. Foi exatamente o que se pretendeu fazer com a manifestação endereçada aos coordenadores de curso e demais envolvidos no dia 11/04, que, a propósito, foi precedida do seguinte esclarecimento: “Trata-se não de uma posição fechada, mas de uma contribuição ao debate na forma de um exercício de exploração das possibilidades para uma ampla e crítica adesão ao programa”;

6) Ao lado disso, é ainda importante dizer que, bem antes de 11/04, a PROGRAD esteve presente e contribuiu decisivamente para os debates em torno do PRP, especialmente, em parceria com o CEALI. Fizemos reuniões semanais sobre esse assunto ao longo do mês de março, avaliando detalhadamente cada mudança de cenário. Nem sempre tivemos consenso sobre nossas avaliações e encaminhamentos. Mas isso não impediu que assumíssemos em parceria a responsabilidade pela construção de uma agenda para a formação de professores na UFPR que, se levada a bom termo, certamente conferirá à nossa ausência do PRP um sentido muito mais construtivo do que propriamente negativo

7) Aproveitamos, assim, a ocasião para anunciar a todos efetivamente comprometidos com a melhoria e expansão das ações de formação de professores na UFPR que estejam atentos para a sequência dos debates suscitados pelos recentes editais da CAPES sobre o PIBID e o PRP, que, se depender da PROGRAD, serão tão ou mais promissores do que foram até aqui. Essa convocação é extensiva, desde já, aos redatores do site da APUFPR.

Em tempo: a discussão sobre a participação no PRP está vencida, pois encerrou-se no dia 26 de abril o prazo para as universidades apresentarem suas propostas no âmbito do Edital 06/2018 – CAPES. A UFPR não apresentou proposta ao PRP.

 Curitiba, 07 de maio de 2018

 Prof. Eduardo Salles de Oliveira Barra

Pró-Reitor de Graduação e Educação Profissional


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