Dia da Consciência Negra celebra resistência e destaca dados do racismo no Brasil

20 de novembro de 2017

shutterstock_451639279Em 20 de novembro é celebrado o Dia da Consciência Negra, data que evidencia a resistência do povo negro brasileiro e lembra que ainda há muito a se fazer para alcançar a igualdade entre brancos e negros na sociedade. Ao contrário do que algumas pessoas afirmam, existe racismo no Brasil e ele é estrutural, o que reforça a importância deste dia para a conscientização nesse cenário.

A data foi escolhida pois é o dia da morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares e símbolo da luta contra a escravidão, que morreu em combate ao defender a liberdade de seu povo.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), a população negra é a mais afetada pela desigualdade e pela violência no Brasil e também a que mais encontra dificuldades no mercado de trabalho, para ascensão na carreira e igualdade salarial.

Em 2015, o salário médio dos homens brancos era de R$ 1589,00, o dobro do que ganhavam os homens negros, R$ 898,00. Uma pesquisa da Organização Não Governamental (ONG) britânica Oxfam aponta que apenas em 2089 a renda de brancos e negros será equivalente no Brasil.

Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 71% das vítimas de homicídio são negros. Levantamento recente do IBGE apontou que dos 13 milhões de desempregados no país, 8,3 milhões (63,7%) são considerados pretos ou pardos. A taxa de desemprego entre eles foi de 14,6%, enquanto a dos brancos chegou a 9,9%.

Gênero

A cada dez brasileiros, três são mulheres negras. Além de sofrerem com o machismo, o componente racial faz com que essas mulheres sejam as maiores vítimas do feminicídio, que é o assassinato de mulheres por sua condição de gênero. De acordo com o Mapa da Violência 2015, elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Estudos Sociais (Flacso), entre 2003 e 2013, o número de negras que foram assassinadas cresceu 54%, enquanto o índice entre as brancas caiu 10% no mesmo período.

Para a primeira-tesoureira da APUFPR-SSind, Valéria Floriano Machado, celebrar o Dia da Consciência Negra é fundamental para aprofundar as discussões sobre o racismo na sociedade brasileira. “Falar sobre as desigualdades que existem entre negros e brancos é também mostrar como a discriminação está presente no cotidiano, por meio de pequenas ações que possuem um significado muito grande para quem sofre esse preconceito”, ressalta.

Fonte: APUFPR-SSind


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