Debate mostra desastre da Reforma da Previdência chilena que Bolsonaro quer copiar

26 de março de 2019

O Chile é um dos principais exemplos utilizados para ilustrar como a Reforma da Previdência do governo Bolsonaro tende a gerar um desastre social. O país foi um dos primeiros a adotar o sistema de capitalização, na década de 80, e também um dos que mais amarga os efeitos devastadores desse modelo. É justamente este sistema, que deu errado em todos os países onde foi implementado, que o governo Bolsonaro está tentando implantar no Brasil.

Para discutir o modelo de Previdência adotado pelo Chile e mostrar que os mesmos erros cometidos por lá não podem se repetir aqui, a APUFPR-SSind realizou, junto com outras cinco entidades, o debate Do Chile ao Brasil: os reflexos políticos e econômicos da Reforma da Previdência.

A atividade foi realizada na manhã de 26 de março, no campus da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) da capital do estado, e teve a participação advogado trabalhista chileno Raul Marcelo Devia Ilabaca.

Quem viveu a Reforma no Chile se opõe à capitalização

Ilabaca, que também é professor em seu país de origem, enriqueceu o debate ao oferecer a perspectiva de um chileno que viveu a Reforma e que acompanhou de perto o fim de um sistema solidário, integrado, geracional e que podia pagar benefícios substanciais aos aposentados.

A capitalização foi imposta pelo governo do ditador Augusto Pinochet e implicou no fim do sistema de proteção social no Chile, que funcionava desde o início do século XX. Jogando o dinheiro dos contribuintes nas mãos dos bancos em uma espécie de loteria sem nenhuma garantia, o sistema basicamente acabou com a aposentadoria de quase metade dos chilenos.

De acordo com Raul, hoje, os proventos dos aposentados correspondem a menos de 1/3 do salário mínimo local. A média dos benefícios pagos aos chilenos equivale a cerca de R$ 300 reais, na cotação atual.

“A Reforma da Previdência significa impor ao Brasil o que nós sofremos no Chile. É falso que essa seria uma saída para combater privilégios. A verdade é que a capitalização é um grande fundo para bancos e empresários, e não para o trabalhador. Todos os brasileiros precisam defender o sistema atual com muita luta, porque é muito melhor do que o que querem impor”, afirmou Ilabaca.

Fonte: APUFPR-SSind


BOLETIM ELETRÔNICO


REDES SOCIAIS