Cortes de Bolsonaro podem deixar Capes sem conseguir pagar mais de 200 mil bolsas

7 de dezembro de 2022
APUFPR - Corte bolsa capes

Após a derrota nas eleições de 30 de outubro, o presidente Jair Bolsonaro se escondeu (trabalhar nunca foi uma prioridade para ele) e se recolheu a um silêncio choroso (certamente com medo de ser preso pelos diversos crimes que cometeu). Mas isso não impediu seu governo de continuar aplicando maldades, especialmente contra a comunidade acadêmica.

Não bastasse ter “limpado” o caixa das universidades federais, comprometendo a capacidade de as instituições pagarem contas básicas, o governo estrangulou a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que afirma que não conseguirá pagar as mais de 200 mil bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado.

A entidade, que é subordinada ao Ministério da Educação (MEC), também afirma que terá dificuldades para sua manutenção administrativa.

 

Vingança?

Faltando pouco mais de 3 semanas para o fim de seu nefasto governo, Bolsonaro e sua turma seguem com sua cartilha de crueldade contra a educação e o setor de produção do conhecimento, que são campos que não se dobraram ao negacionismo, à violência e ao projeto de morte que Bolsonaro tentou implementar no país.

Será uma vingança contra aqueles que resistiram e fizeram um corajoso combate contra os discursos anticientíficos de Bolsonaro e seus seguidores? É inegável que as comunidades acadêmica e científica desmontaram as argumentações bolsonaristas, com fatos e dados concretos, e mostraram que o projeto de poder dos extremistas era um mal que deveria ser interrompido.

 

UFPR
Segundo o portal Siga UFPR, há 1.782 bolsistas da Capes na UFPR, nas diferentes modalidades. Eles não receberão o pagamento que estava previsto para hoje (7).

 

Penúria

A penúria causada por Bolsonaro na Educação foi reconhecida pelo próprio ministro Victor Godoy, que se reuniu com a equipe de transição do futuro governo Lula e disse estar buscando negociações com os ministros Paulo Guedes (Economia) e Ciro Nogueira (Casa Civil, aquele que virou piada ao dizer que Bolsonaro era um sujeito “sensível”) para tentar garantir a execução mínima das ações de sua pasta.

Segundo a determinação do Governo Federal, o MEC só poderá executar em dezembro seus gastos obrigatórios, como salários, ignorando as chamadas despesas discricionárias, que são variáveis, mas essenciais para o funcionamento das instituições. Desses recursos é que são pagas as contas de energia elétrica, serviços terceirizados (segurança, limpeza e alimentação, por exemplo), bolsas para estudantes em situação de vulnerabilidade econômica, projetos de pesquisa, bolsistas e outros.

No desespero para tentar se reeleger (e escapar da prisão), Bolsonaro deixou um rombo de centenas de bilhões de reais nos cofres do governo. Agora, tenta repor o caixa, retirando recursos de áreas importantes, como a educação, ciência e tecnologia.

Fica cada vez mais evidente que as maldades da gestão Bolsonaro só acabarão quando seu governo chegar ao fim, mas o legado de destruição ainda deixará muito sofrimento para nosso país superar.

 

Fonte: APUFPR


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